quinta-feira, 26 de agosto de 2010

O passado nebuloso das supostas “vítimas” de quebra de sigilo

Globo, Veja, Folha e Estadão vão tratar apenas como “alta cúpula do PSDB” ou “pessoas próximas a Serra”. Porém, muita história precisa ser contada sobre as supostas “vítimas” da quebra de sigilo: privatizações, esquemas de favorecimento, caixa de campanha. Conheça as histórias que a velha mídia não vai contar.

Todas as supostas “vítimas” da quebra de sigilo pela Receita estão ligadas ao governo FHC.
A primeira a aparecer, Eduardo Jorge, hoje vicé-presidente do PSDB, ao ser investigado pelo Ministério Público em 2000, foi beneficiado por encobertamento de dados pelo ex-Secretário da Receita Federal Everardo de Almeida Maciel por 8 anos no Governo FHC, que depois teve de responder à justiça por improbidade administrativa. Eduardo Jorge responde por indícios de enriquecimento ilícito e existência de incompatibilidade de sua renda de servidor público com o patrimônio declarado. Sua história com a Receita Federal, dificultando a ação da Justiça, tem histórico desde 2000.
O segundo nome, Luiz Carlos Mendonça de Barros foi pego em conversas gravadas na sede do BNDES. Revelou-se um esquema de favorecimento de empresas no leilão de privatização da Telebrás, elaborado por Luiz Carlos Mendonça de Barros e André Lara Resende, então presidente do BNDES, com a devida condescendência do Presidente da República, Fernando Henrique Cardoso, que também aparece nas gravações.
O terceiro, Ricardo Sérgio de Oliveira, foi o principal articulador da formação dos consórcios que disputaram o leilão das empresas de telecomunicações. Ex-diretor da área internacional do Banco do Brasil, companheiro de militância política de Serra desde o regime militar, em 1998 foi caixa das campanhas de Fernando Henrique Cardoso, para a Presidência, e de Serra, para o Senado. Foi responsabilizado pelo Banco Central por um caminhão de irregularidades que favoreceram a entrada do Banco Opportunity em um consórcio para disputar o leilão da Telebrás. O mesmo caso em que a “vítima” 2, Luiz Carlos Mendonça de Barros, estava envolvida.
O último envolvido, Gregório Marin Preciado, ex-sócio e primo de Serra, é revelado em documento levantado pelo jornalista Amaury Ribeiro Jr, no ato de pagar mais de US$ 10 milhões a uma empresa de Ricardo Sergio, a “vítima” 3. Outro dos documentos levantados pelo jornalista, mostra ainda, pela primeira vez, a prova de como, quanto e onde Ricardo Sergio recebeu pela privatização (site Conversa Afiada).
Amaury iniciou a divulgação do que seria um livro (Porões da Privataria) e prometeu divulgá-lo pela internet após a Copa. As relações entre o genro de Serra e o banqueiro Daniel Dantas estão esmiuçadas de forma exaustiva nos documentos a que teve acesso. “O escritório de lavagem de dinheiro Citco Building, nas Ilhas Virgens britânicas, um paraíso fiscal, abrigava a conta de todo o alto tucanato que participou da privataria” (site Conversa Afiada). Daniel Dantas é o banqueiro do Oportunity, com um patrimônio estimado em US$ 1 Bilhão, e que chegou a ser preso, mas teve o Habeas Corpus mais rápido de nossa história. Sua irmã, Veronica Dantas foi sócia da filha de Serra, Veronica Serra, em uma empresa aberta em Miami em 2000, época das privatizações. A empresa durou pouco mais de 2 anos até 2002, quando Serra fez sua primeira campanha para Presidente.
Desde que Amaury apareceu com a ameaça de revelar o que acontecia nas privatizações de FHC, e a relação com os caixas de campanha de Serra e FHC, Serra iniciou uma séria de denúncias na mídia que o retro-alimenta, sobre supostos dossiês. Veja, Folha e Jornal Nacional reproduzem a mesma notícia requentada há alguns meses. O objetivo da campanha de Serra, inclusive da mídia, é esvaziar as denúncias contidas no livro de Amaury. Também tentam reverter a situação desesperadora de 20 pontos atrás de Dilma. Não existe coincidência.

Conheça caso a caso:

  • Série Dossiê: “vítima” 1 – Eduardo Jorge
  • Série Dossiê: “vítima” 2 – Luiz Carlos Mendonça de Barros
  • Série Dossiê: “vítima” 3 – Ricardo Sérgio de Oliveira
  • Série Dossiê: “vítima” 4 – Gregório Marin Preciado

    Clique aqui para ver a série Dossiê na íntegra

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