19 de agosto de 2010 às 16:01
19/08/2010 – 13h57
Serra acusa governo de financiar ‘blogs sujos’ e perseguir jornalistasPLÍNIO FRAGA
DO RIOO candidato do PSDB à Presidência, José Serra, acusou nesta quinta-feira o governo federal de financiar “blogs sujos” que “dão norte do patrulhamento” a jornalistas.
Durante discurso no 8º Congresso Brasileiro de Jornais, Serra afirmou que o governo faz “patrulhamentos e perseguições sistemáticas” a jornalistas.
“Boa parte desta estratégia não deixa de ser alimentada por recursos públicos, como por exemplo da TV Brasil, que não foi feita para ter audiência, mas para criar empregos na área de jornalismo e servir de instrumento de poder para um partido.”
Serra defendeu que haja regulamentação do direito de resposta depois que o STF (Supremo Tribunal Federal) julgou a lei de imprensa como inconstitucional. “É uma questão que não deve ficar em aberto porque pode gerar coisa ruim em termos de censura e liberdade de imprensa.”
Em seu discurso, Serra fez críticas diretas à candidata do PT, Dilma Rousseff, e ao PT por defenderem o “controle da mídia”, que segundo ele, nada mais é do que censura e restrição à liberdade de expressão.
O candidato assinou ao final do pronunciamento da “Declaração de Chapultepec”, documento em defesa da liberdade de expressão elaborado em reunião no México, no qual, por exemplo, está expresso que nenhum meio de comunicação ou jornalista deve ser sancionado por difundir a verdade, criticar ou fazer denúncias contra o poder público.
Após sua palestra, Serra se recusou a responder três perguntas de jornalistas sobre a suposta falta de oposição no Brasil e sobre quais são os blogs sujos a que se referia.
Ao ser questionado, respondia: “Alguma outra pergunta?” Só manifestou-se quando um repórter de TV o perguntou sobre seu empenho na defesa da liberdade de expressão.
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Serra acusa PT de intimidar e censurar imprensa
O presidenciável tucano reponsabilizou também o governo federal sem, no entanto, mencionar o nome do presidente Lula
19 de agosto de 2010 | 14h 04
RIO – Em um duro discurso, o candidato do PSDB à Presidência,José Serra, acusou nesta quinta-feira, 19, o governo federal e o PT de tentarem, nos últimos anos, intimidar e censurar a imprensa, durante o 8º Congresso Brasileiro de Jornais, promovido pela Associação Nacional de Jornais no Rio de Janeiro.
Sem citar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Serra disse que as tentativas de censurar o setor de comunicação social se dão de três formas. A primeira, segundo, ele, é a “democrática entre aspas”, pela realização de conferências como as de Comunicação, Direitos Humanos e Cultura, que, afirmou, “se voltaram de fato para o controle da nossa imprensa, através do suposto controle da sociedade civil.”
“Quantas pessoas participam dessas conferências? Quinze mil? Vinte mil? Isso não representa o povo brasileiro. Representa um partido e setores que revelaram uma certa porosidade. São feitas com dinheiro público, são de um partido e de frações de um partido, do PT”, afirmou ele, acrescentando que esses encontros geraram cerca de 600 projetos de lei que estão no Congresso.
Serra também acusou o governo de tentar intimidar o setor de comunicação, pela ameaça de restrições à publicidade de certos produtos, e denunciou a existência de um suposto patrulhamento exercido contra profissionais de imprensa. O candidato também criticou a TV Brasil, mantida pela estatal Empresa Brasil de Comunicação, e criticou a Lei Eleitoral, que, afirmou, impõe um “isentismo” obrigando jornalistas a se preocupar com versões, não com fatos.
O candidato admitiu que às vezes reclama da ação da imprensa, mas afirmou que não o faz com o ânimo de quem quer censurar. “É muito diferente de ter um aparelho de Estado que se organiza para trazer sob seus desígnios o jornalismo, usar a opressão do Estado através de pronunciamentos, de pressão econômica, pressão de chantagem, pressão de patrulhamento em favor de um partido”, atacou.
Depois do discurso, Serra assinou a Declaração de Chapultepec (documento lançado em 1994 no México em defesa da liberdade de imprensa) e, em entrevista, se recusou a responder a perguntas sobre as críticas que fizera ao PT e ao governo no discurso. A candidata do PT, Dilma Rousseff, é esperada para participar do encontro à tarde. Marina Silva (PV) irá amanhã ao encontro.
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Dilma responde a críticas de que PT cerceia liberdade de imprensa
Candidata à presidência da República diz que viveu sob a ditadura e, por isso, valoriza o trabalho dos jornalistas, “sem peias e sem restrições”
Leonardo Meireles, no Correio BraziliensePublicação: 19/08/2010 17:45
A candidata à presidência da República Dilma Roussef (PT) esteve presente, esta tarde (19/8), à 8ª Conferência Brasileira de Jornais, da Associação Brasileira de Jornais (ANJ). Antes de assinar seu apoio à Declaração de Chapultepec (documento que consolida passos para a garantia da liberdade de imprensa no mundo), ela falou sobre o assunto para os presentes. Indiretamente, respondeu às acusações do também candidado José Serra (PSDB), de que o governo do Partido dos Trabalhadores cerceia o trabalho da imprensa no país.
Segundo Dilma, hoje o Brasil vive uma ocasião de reafirmar dois valores fundamentais que fazem parte da base democrática do país. “E que, se parecem óbvios, não foram sempre: valor da liberdade de expressão e de acesso à informação. Sem peias e sem restrições”, discursou. Ela disse fazer parte de uma geração com profunda consciência dos valores da democracia por ter vivido, pessoalmente, a experiência de uma ditadura.
“Não tenho uma visão teórica da democracia, mas sei das consequências para todos que vivem em um regime de arbítrio. Sabemos que a imprensa viveu sob um tempo de censura.” E citou Sérgio Porto, com a figura do Festival de Besteiras que Assola o País (Febeapa), que criticava as matérias que saíam em jornais durante o regime militar. “A censura afeta a inteligência de um país.”
Dilma afirmou que, apesar de nova, a democracia brasileira já é bastante consolidada, e que sabe conviver com as críticas e a diversidade de opiniões. “Prefiro o som de vocês críticas que o silêncio de uma ditadura”, argumentou, alegando que a conquista da democracia brasileira está no mesmo patamar que o controle da inflação, por exemplo. Mas que o Brasil ainda se encontra a frente do desafio de se transformar em uma nação desenvolvida. E não só a erradicação da pobreza seria essencial para o total desenvolvimento do país, mas também a presença da democracia. “Isso depende da liberdade de imprensa e de expressão.”
Dilma continuou citando as conquistas do governo Lula, principal apoio usado por ela durante a campanha presidencial. Lembrou que o PIB brasileiro acabou de ultrapassar o da Espanha, mas que isso não basta se não houver um trabalho para o crescimento do conhecimento, cultura e educação. Comparou a internet, como anseio democrático, a uma praça grega. “Por ser uma rede, traz uma simultaneidade. Permite que nesta praça se confrontem várias mídias.”
E ao falar da Declaração de Chapultepec, assegurou que a democracia não é “um processo de outorga, mas de construção da população, da qual faz parte a imprensa. Não é admissível a restrição ao direito de divergir e criticar.”
Segundo a petista, não se deve aceitar o cerceamento ao trabalho da imprensa. “A liberdade de imprensa deve ser conservada em qualquer circunstância. Não concordo com qualquer censura de conteúdo ou punição por opiniões diferentes dos governantes”, analisou.
Resposta
Dilma disse que estava no evento também para esclarecer opiniões – como em uma resposta às acusações de Serra, colocando o Brasil como uma das maiores nações democráticas do mundo. O governo petista, segundo ela, respeitamos contratos, mesmo discordando deles, e que o Brasil não é um país que, durante o jogo, muda suas regras. Mais importante, para ela, foi o sentimento de autoestima e de respeito perante o mundo contruído durante o governo Lula.
“Não devido só ao crescimento, mas também porque o mundo vê que a desigualdade social diminuiu. Isso contribui para a paz social. E a paz social não é construída com mordaça”, concluiu, ao lado do prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PMDB).
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Dilma: prefiro as críticas do que o silêncio da ditadura
do Dilma na web, site oficial de campanha
A candidata à presidência pela coligação Para o Brasil Seguir Mudando, Dilma Rousseff, participou hoje do 8º Congresso Brasileiro de Jornais, promovido pela Associação Nacional dos Jornais (ANJ), no Rio de Janeiro, e defendeu a liberdade de expressão no país.
Ela também assinou o compromisso com a Declaração de Chapultepec, que é uma carta de princípios que defende “uma imprensa livre como uma condição fundamental para que as sociedades resolvam os seus conflitos, promovam o bem-estar e protejam a sua liberdade”.
“Eu tenho um conceito que é de vivência. E há outros de compromissos éticos e morais que se tem de ter com a democracia. Eu prefiro um milhão de vezes o som de vozes críticas, de críticas duras, que muitas vezes gostam de ferir, do que o silêncio dos calabouços da ditadura que teve nesse país”, disse aos jornalistas após discurso no Congresso.
Liberdade de expressão
Dilma argumentou que, ao lado das conquistas sociais e econômicas, um dos critérios para que um país seja considerado uma nação desenvolvida é ter democracia plena, com liberdade de imprensa e de expressão. Segundo ela, essa é uma diferença crucial entre o Brasil e outras economias em desenvolvimento.
Ela lembrou dois pontos, dos dez que compõem da Declaração de Chapultepec. Numa delas, é ressaltada a importância da liberdade de imprensa. “Não há pessoas nem sociedades livres sem liberdade de expressão e de imprensa. O exercício dessa não é uma concessão das autoridades, é um direito inalienável do povo”, discursou.
Outro ponto citado pela candidata fala sobre o compromisso da imprensa com a verdade. “A credibilidade da imprensa está ligada ao compromisso com a verdade, à busca de precisão, imparcialidade e eqüidade e à clara diferenciação entre as mensagens jornalísticas e as comerciais. A conquista desses fins e a observância desses valores éticos e profissionais não devem ser impostos. São responsabilidades exclusivas dos jornalistas e dos meios de comunicação”, citou.
Sem medo dos movimentos sociais
Mais cedo no evento, o candidato José Serra criticou os movimentos sociais e as conferências nacionais realizadas pelo governo Lula. Serra disse que elas não representam a sociedade. Ao ser questionada sobre as declarações, Dilma lamentou e disse que o governo Lula “não tem medo de dialogar com os movimentos sociais e conviver com opiniões divergentes”.
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