quinta-feira, 29 de julho de 2010

Em “final melancólico da carreira”, Serra assume discurso de Washington | Viomundo - O que você não vê na mídia

29 de Julho de 2010 – 11h42

Em fim de carreira, Serra representa direita raivosa, diz Garcia

no Vermelho

Marco Aurélio Garcia, coordenador do programa de governo de Dilma Rousseff, da coligação Para o Brasil Seguir Mudando, criticou nesta quarta-feira (28) – em entrevista à TVPT, hospedada no site do PT – o posicionamento do candidato da oposição José Serra (PSDB) em relação à política externa do governo Lula.

“Eu fico constrangido de ver uma pessoa que teve um passado de esquerda como José Serra ter corrido tanto em direção à direita, aquela direita mais raivosa, mais atrasada. Me parece um final melancólico da sua carreira política, porque eu acho que a sua carreira política terminará no dia 3 de outubro”.

As declarações de Marco Aurélio são uma resposta a um discurso de Serra para empresários, na última segunda-feira (26), quando o tucano classificou como “filantrópicas” as relações do Brasil com países vizinhos como a Bolívia e o Paraguai.

Durante seu discurso, Serra também atacou as relações diplomáticas entre Brasília e Caracas e criticou a suposta falta de empenho do governo brasileiro para conter a crise entre Venezuela e Colômbia – que romperam laços diplomáticos na semana passada.

Marco Aurélio rebateu a avaliação de Serra e de sua equipe à política externa brasileira, afirmando que “as críticas revelam aquilo que Nelson Rodrigues chamava de complexo de vira-latas”.

Contrariando o discurso de Serra, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva indicou nesta quarta-feira (28) que pretende exercer um papel de mediador na crise Bogotá/Caracas. Para ele, o tempo “é de paz, não de guerra”.

Mariana Viel, com agências

Para assistir a entrevista de Marco Aurélio Garcia, clique aqui

Em “final melancólico da carreira”, Serra assume discurso de Washington | Viomundo - O que você não vê na mídia

Novo padrão de manipulação jornalística

Do blog de Jorge Furtado - Casa de Cinema de Porto Alegre

por Jorge Furtado em 29 de julho de 2010

Nestes sete anos e meio de governo Lula eu já tinha visto todo tipo de manipulação da imprensa a favor dos tucanos e contra o governo petista, mas o jornal O Globo de hoje desce mais um degrau rumo ao fundo do poço da credibilidade jornalística: numa matéria sobre declarações de Aloizio Mercadante o jornal simplesmente usou a resposta a uma pergunta, feita por um jornalista sobre um determinado assunto, como resposta a outra pergunta, de outro jornalista, sobre outro assunto! Parece absurdo demais, mas é a verdade.
Acho que conheço bastante bem o episódio dos “aloprados”, um dos mais vergonhosos momentos da história da imprensa brasileira, uma tentativa de golpe nas vésperas do primeiro turno da eleição presidencial de 2006, orquestrada pelos principais veículos da mídia, alguns integrantes da Polícia Federal e do Ministério Público e pelos partidos de oposição, e estranhei muito o tal “mea culpa” de Aloizio Mercadante publicado na edição de hoje de O Globo.
Segundo o jornal, Mercadante teria admitido “um grave erro”.
A matéria de O Globo tem uma chamada, que está na capa da edição on-line:
MEA CULPA
A manchete:
Mercadante assume 'grave erro' na campanha de 2006
Uma frase em destaque:
“Evidente que o erro é nosso. Nós que não fomos capazes de convencer o eleitor”.
Os dois parágrafos iniciais da matéria, na íntegra:
Candidato ao governo de São Paulo por uma coligação de 11 partidos, o senador Aloizio Mercadante (PT-SP) admitiu nesta quarta-feira que cometeu um "grave erro" na campanha eleitoral de 2006 ao ter seu nome envolvido no escândalo conhecido como dos "aloprados do PT". Um de seus assessores foi acusado de comprar por R$ 1,7 milhão um suposto dossiê contra o então candidato José Serra (PSDB) ao governo paulista. Mercadante disse que a denúncia foi arquivada e que nunca foi réu em processos que envolvem a administração pública.
- Nunca fui réu em nenhum processo em relação a administração pública. Nenhuma denúncia. Sou bastante rigoroso e bastante exigente. No entanto, aconteceu. Acho que foi um grave erro. Mas consegui (o arquivamento da ação), através do Ministério Público rigoroso, não o engavetador geral do passado. (...) Evidente que o erro é nosso. Nós que não fomos capazes de convencer o eleitor - disse o senador durante sabatina promovida pelo portal UOL e pela "Folha de S.Paulo".
http://oglobo.globo.com/pais/eleicoes2010/mat/2010/07/28/mercadante-assu...
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O texto segue o padrão de mixórdia muito em voga na antiga imprensa, onde não se distingue o que é incapacidade no uso da língua e o que é má-fé. Segundo o texto, Mercadante teria admitido que “cometeu” um “erro grave” “ao ter seu nome envolvido” no tal escândalo. Qual o erro cometido (e supostamente admitido) por Mercadante? O texto não informa.
Segundo o texto, um dos assessores de Mercadante “foi acusado de comprar um suposto dossiê”, o que já é mentira, ninguém foi acusado de comprar nada, até porque não houve compra alguma. Os tais assessores (Valdebran Padilha e Gedimar Passos) foram detidos porque supostamente iriam comprar um suposto dossiê, num caso único na história mundial onde uma prisão por flagrante foi efetuada antes do (suposto) crime acontecer, se é que algum crime aconteceria. Os dois foram imediatamente soltos, é claro, já que todo o procedimento da polícia e do Ministério Público no caso foi grosseiramente eleitoreiro e tecnicamente bizarro.
A única concretude entre tantas suposições era a necessidade de se produzir manchetes a tempo de influenciar as pesquisas eleitorais antes do primeiro turno da eleição, plano que se cumpriu. (O que não estava previsto era a fragilidade do candidato oposicionista, Geraldo Alkmin, que posou para fotos vestindo uma jaqueta ridícula com logotipos de empresas brasileiras, prometeu vender o avião presidencial para construir um hospital e, outro fato inédito na história mundial, acabou tendo menos votos no segundo turno do que no primeiro.)
O texto de O Globo segue citando Mercadante que, supostamente, teria afirmado: “Evidente que o erro é nosso. Nós que não fomos capazes de convencer o eleitor”. Esta frase aparece em destaque nas páginas de O Globo e, ao meu ver, não fazia sentido algum. O erro é nosso? A que erro Mercadante se refere? E por que o verbo no presente? Se ele se referia a um episódio de 2006 não deveria ter dito, se é que disse alguma coisa, “o erro FOI nosso”? A que “grave erro” (conforme a manchete) Mercadante se refere? A respeito de que não foi capaz de convencer o eleitor?
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Na tentativa de preencher tantos furos da matéria de O Globo, fui em busca da entrevista no UOL. (Chega a ser engraçada a dificuldade que a antiga imprensa tem de entender o quanto encurtaram as pernas da mentira no mundo dos arquivos digitais).
Assisti a entrevista, na íntegra.
Aos 11:10 o jornalista Irineu Machado diz a Mercadante, que criticava a administração tucana em São Paulo, que o PT não foi capaz de vencer as eleições para o governo paulista. O jornalista pergunta:
IRINEU MACHADO pergunta:
O senhor acha que o erro foi do partido ou do eleitor que não soube escolher?
MERCADANTE responde:
Não, evidentemente que a deficiência é nossa, nós que não fomos capazes de convencer a sociedade de votar na mudança.
Quarenta e dois minutos depois (aos 53:00), o jornalista Fernando Canzian puxa o assunto dos “aloprados”:
FERNANDO CANZIAN pergunta:
Em 2007 o senhor foi indiciado pela polícia federal por acusação de participação na compra de um dossiê de 1,7 milhões de reais contra tucanos aqui em São Paulo. Acabou tento impacto negativo na sua eleição, o senhor perdeu a eleição em São Paulo. O STF depois arquivou mais o caso foi rumoroso, o caso dos aloprados do PT, o senhor esteve diretamente envolvido.
MERCADANTE responde:
Eu já respondi isso outras vezes pra você, você usou uma frase que você não sustenta, “esteve envolvido”, eu não tive nenhum envolvimento. O que a Polícia Federal fez: “Eu não consigo explicar, quem tem que explicar é o Mercadante”, o que é uma coisa juridicamente inacreditável. Tanto que o Procurador Geral da República, o Ministério Público falou: “Não existe um único indício de participação do Mercadante”. Não foi só o Procurador da República, o mesmo que enquadrou dezenas de deputados, senadores, cassou 4, 5 governadores, pôs na cadeia um governador, esse mesmo procurador disse: “Não existe nenhum indício de participação do Mercadante nas 1.100 páginas que tem o inquérito”. E mais: o Supremo, por unanimidade, arquivou e anulou qualquer menção ao meu nome. Então isso para mim está mais do resolvido e explicado. Agora, na vida é assim: pros amigos você não precisa explicar e para os inimigos não adianta.
MÔNICA BERGAMO pergunta:
Mas eles eram da equipe da sua campanha. O eleitor não pode olhar e falar: Será que o senador é cuidadoso na escolha da sua equipe?”
MERCADANTE responde:
Depois de 20 anos de vida pública você nunca me viu envolvido num ato de corrupção. Nunca fui réu num processo de administração pública, uma denúncia. Portanto, eu sou bastante rigoroso e bastante exigente. No entanto aconteceu, acho que foi um grave erro e eu consegui, através do Ministério Público, rigoroso, que não é o engavetador geral da república que tinha no passado, foi o mesmo que denunciou e cassou vários parlamentares, prefeitos e governadores. Esse episódio mostrou para mim o quanto é importante a justiça.
Vídeo da entrevista completa em:
http://eleicoes.uol.com.br/2010/sao-paulo/ultimas-noticias/2010/07/28/me...
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Em nenhum momento Mercadante se refere ao episódio dos “aloprados”  dizendo que “evidente que o erro é nosso”.
Em nenhum momento Mercadante afirmou não ter conseguido convencer o eleitor a respeito de algo sobre o episódio dos aloprados.
O “grave erro” a que Mercadante se refere foi de integrantes da sua equipe.
Ao usar a resposta a uma pergunta, feita por um jornalista sobre um determinado assunto, como resposta a outra pergunta, de outro jornalista, sobre outro assunto, o jornal O Globo estabelece um novo padrão de manipulação jornalística. E ainda faltam dois meses para a eleição.
Quando Dilma ultrapassar Serra em todas as pesquisas, no início da propaganda eleitoral, o que mais eles vão inventar?

Novo padrão de manipulação jornalística | Casa de Cinema de Porto Alegre

Que banco não emprestaria à Petrobras ? O banco da Miriam | Conversa Afiada

Publicado em 29/07/2010


Cem anos de combate à Petrobras e à Caixa

Amigo navegante telefona perplexo para perguntar se ouvi a Miriam Leitão hoje na CBN.
Respondi que não tive este incomparável prazer.
Diz-me ele que, para Miriam, o empréstimo da Caixa Economica Federal de R$ 2 bilhões à Petrobras é um desvio de função.
Como se sabe, a Caixa é um banco.
Como se sabe, a Petrobras é a maior empresa da América Latina e o seu crédito tem a classificação internacional máxima: AAA.
A Caixa tem em caixa um colchão de R$ 100 bilhões de recursos próprios.
Ou seja, o empréstimo da Petrobras é uma gota d’água nesse colchão.
A função precípua da Caixa é financiar a compra da casa própria.
Até segunda-feira passada, a Caixa tinha financiado R$ 38 bilhões para comprar casa própria.
Isso equivale a um aumento de 95% sobre o que a Caixa financiou em todo o ano passado.
Se o banco da Miriam não empresta à Petrobras, está na hora de avaliar, pelos critérios da Basiléia, a solvência do banco e a sensatez de seus administradores.
Desde 1952, quando a Petrobras foi fundada, a Miriam Leitão e o PiG (*) são contra a Petrobras e assim serão até 2052.
Quando não haverá vestígio de um e nem de outro e a Petrobras continuará a ser a maior empresa da América Latina.
E cada vez mais brasileiros terão casa própria.
E cada vez menos brasileiros terão o incomparável prazer de ouvir a CBN.
Paulo Henrique Amorim
(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.

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Tarso Genro: Serra rememora a linguagem golpista pré-64 | Viomundo - O que você não vê na mídia

Serra se aproxima de ‘linguagem golpista e fascista’, diz Tarso

Em entrevista ao iG, ex-ministro diz que tucano comete ‘equívoco’ ao endossar acusações feitas pelo vice Indio da Costa ao PT

Ricardo Galhardo, enviado ao Rio Grande do Sul | 29/07/2010 13:23

no IG

Líder nas pesquisas de opinião para o governo do Rio Grande do Sul, o ex-ministro da Justiça Tarso Genro (PT) diz que o presidenciável tucano José Serra se aproxima da linguagem golpista e facista que levou ao golpe militar de 1964 ao endossar as declarações de seu vice, Indio da Costa, que acusou o PT de estar ligado às Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) e ao narcotráfico.

Por outro lado, Tarso, que trava uma disputa dura com José Fogaça (PMDB), afirma que não pretende explorar na campanha os escândalos que marcaram a gestão da governadora tucana Yeda Crusius, terceira colocada nas pesquisas e que pode ser o fiel da balança em um eventual segundo turno. De olho nos votos tucanos, ele classifica como irracional a polarização que acompanha a política gaúcha desde a Revolução Farroupilha, no século 19.

“Todos sabemos qual é o problema que cada partido teve no verão passado”, disse Tarso ao iG, em entrevista concedida ao lado da lareira de sua casa no bairro Rio Branco, em Porto Alegre, na noite de quarta-feira.

iG – Qual é sua opinião sobre as declarações de Serra e seu vice quanto à ligação do PT com as Farc e o narcotráfico?

Tarso Genro – É um equívoco do Serra. Acho que ele tem estatuto político para não rememorar uma linguagem golpista que foi construída em 1964 e naquela época apenas substituía Farc por União Soviética e usava a mesma expressão “república sindicalista”. Espero sinceramente que isso seja mais um ato de solidariedade ao seu vice – que é notoriamente uma pessoa atrasada e reacionária – do que uma posição dele, uma pessoa que tem estatuto político para compreender que isso aí não leva a nada, só o desqualifica como figura pública.

iG – Mas o próprio Serra chegou a vincular o governo com o narcotráfico quando citou a Bolívia.

Tarso – Essa visão do Serra sobre vínculos com o narcotráfico de qualquer agremiação política é uma imputação que não condiz com o estatuto democrático do próprio Serra, porque é incriminação e pronto. É uma acusação que tem um corte ideológico facista que não é compatível nem com o Serra nem com o PSDB. O combate que o governo fez ao narcotráfico e às cooperações que fizemos neste sentido com países da América do Sul foram uma característica do governo Lula.

iG – A tentativa de identificar Dilma com a ala radical do PT, como aconteceu no episódio do programa de governo, pode atrapalhar?

Tarso – Isso é o mesmo que nós querermos identificar toda a oposição com aquele coronel facistóide do Rio de Janeiro, Jair Bolsonaro. Seria um equívoco. Essa linguagem de apontar os adversários como extremistas é uma linguagem da Guerra Fria. Isso não funciona mais. De uma parte porque aquela visão de Guerra Fria que tinha um inimigo com guizo vermelho do outro lado já não tem mais consistência. De outra parte porque o próprio sistema capitalista mundial, com o seu desenvolvimento globalizado tem disseminado os valores da democracia. Não há mais uma consciência que seja suscetível de ser trabalhada com essa visão da Guerra Fria.

iG – Se eleita, Dilma terá condições de fazer um governo mais à esquerda do que Lula?

Tarso – É inviável hoje qualquer proposta de desenvolvimento de um país e de sustentabilidade política de um governo que não tenha o centro como aliado. Até um dos grandes elementos positivos do projeto político do presidente foi despertar a necessidade do centro no País. Eu diria meio fisiológico, meio desideologizado, mas ainda é o centro político. É quem dá sustentabilidade a qualquer projeto. Creio que a Dilma vá governar com esse mesmo espectro político, com todas as grandezas e limitações que esse espectro possui. Não creio que vá ser mais ou menos radical que o do Lula.

iG –Além de fisiológico e desideologizado, o centro também agrega políticos com histórico de corrupção. O senhor lutou muito contra isso dentro do PT.

Tarso – O problema é que esses desvios existem em todos os partidos e não pode haver uma impugnação dos partidos. Se nós fizermos uma incriminação em grupo estaremos tendo uma posição medieval do ponto de vista do direito. Não podemos incriminar todo um bloco social ou toda uma comunidade. Os partidos reais são estes que estão aí. Qualquer governo precisa estabelecer um sistema de alianças e, seguramente, se o Serra ganhar a eleição – acredito que não vai ganhar – quem governaria com a parte mais difícil de ser contida seria ele e não a Dilma.

iG – Os escândalos que atingiram outros partidos varreram a discussão ética para debaixo do tapete nesta campanha?

Tarso – A questão ética não pode substituir o jogo da política sob pena de nós cairmos em campanhas que sejam concursos de moralismo, às vezes falso moralismo. Um governo tem que se destacar é atuando fortemente contra a corrupção e a ilegalidade como o governo Lula tem feito. É o governo que mais combateu a corrupção na história do País até hoje e me orgulho de ter tido um papel importante nisso.

iG – O pior desempenho de Dilma é na região Sul. Por outro lado o senhor lidera as pesquisas no Estado mais importante da região. É um paradoxo?

Tarso – Eu e a Dilma temos mais ou menos a mesma pontuação aqui. O que diferencia é que os meus adversários têm menos pontuação que o Serra. Não há dicotomia. Temos que crescer. Tanto eu quanto ela precisamos crescer e isso vai ocorrer fortemente quando houver conexão mais forte da minha campanha com a dela com a presença do presidente Lula (que participa nesta quinta-feira de comício em Porto Alegre).

iG – O senhor fica incomodado com o fato de o PMDB, que integra a base de Dilma, ter candidato ao governo em coligação com o PDT, que também integra a aliança de Dilma?

Tarso – Não há problema. Nós queríamos que o PMDB apoiasse a Dilma, que ela tivesse dois palanques ou até três aqui. O PMDB fez uma espécie de logro ao PDT. Prometeu apoio à Dilma, sancionado pelo presidente Carlos Lupi, e depois não apoiou. O PDT foi induzido a erro. Nós queremos que o PMDB apoie a Dilma. Que seja bem vindo. O nosso contencioso com o PMDB aqui no Estado não deveria prejudicar o apoio nacional. O fato é que foi uma escolha do PMDB e não nossa.

iG – Alguns dirigentes do PDT gaúcho acusam o PT de aliciar seus quadros. Isso pode causar turbulências à campanha de Dilma?

Tarso – Isso é uma coisa que não se sustenta. Os quadros do PDT são maduros, experientes, não se deixariam aliciar. As pessoas se inclinaram à minha candidatura e à da Dilma porque o PMDB não está apoiando a Dilma e então se sentiram liberadas. Mesmo que o PDT não nos apóie nós vamos convida-lo para participar do nosso governo porque o PDT tem muito mais identidade programática conosco do que o PMDB.

iG – O senhor pretende explorar os escândalos do governo Yeda Crusius (PSDB) na campanha?

Tarso – Todos nós sabemos que tem diferenças éticas entre nós e todos nós sabemos qual é o problema que cada partido teve no verão passado. Mas esta questão está sendo tratada de uma maneira muito elevada. Todos nós estamos apresentando qual é nossa posição para promover o combate à corrupção no Estado sem qualquer tipo de acusação pessoal. Isso é um sinal de mudança política aqui no Estado e de qualificação. É uma renovação no debate político de um estado que sempre esteve muito polarizado, às vezes meio irracional.

Tarso Genro: Serra rememora a linguagem golpista pré-64 | Viomundo - O que você não vê na mídia

SEMINÁRIO DE EDUCAÇÃO

Do Blog Forum ZN:

O Partido dos Trabalhadores vem realizando seminarios temáticos com o objetivo de contribuir para a construção de propostas para o programa de governo Mercadante. O Seminario da Educação será dia 07/08 o dia todo no Expo Center Norte . Já estão envolvidos no seminario os segmentos juventude, sindical, macros do partido, os partidos aliados e o setorial de educação.Estaremos enviando a programação e os participantes no inicio da semana que vem. Por ora o mais importante é todos e todas agendarem o evento garantindo a participação na construção de uma nova educação para São Paulo.


Coordenação Setorial Estadual de Educação PT

Colaborou com Blog da ZN Maria Filomena - Filó

Forum ZN: RECADO DE MERCADANTE AOS PROFESSORES - CONCURSO, CARREIRA E SALARIO DIGNO

RECADO DE MERCADANTE AOS PROFESSORES - CONCURSO, CARREIRA E SALARIO DIGNO

Do blog Forum ZN:

O candidato Aloisio Mercadante afirmou que vai colocar todos os relatos de crimes do Estado de São Paulo na internet, com a localização exata de onde ocorreu o delito. “Quero colocar todas as ocorrências de polícia online e georeferenciadas.

Você vai saber se houve aumento na criminalidade na sua região”, disse.O Petista admitiu que seu partido já teve dificuldades de diálogo com a polícia, mas acredita que a categoria quer uma mudança no governo. Segundo Mercadante, existe uma solução imediata para o policiamento ostensivo. “Precisamos aumentar a jornada de trabalho. Eu prefiro pagar mais para melhorar rapidamente a presença do efetivo”, disse.

  • Mercadante prometeu acabar com a “aprovação automática” nas escolas paulistas se for eleito, mas não promoverá uma política de repetência dos estudantes da rede pública. “Vamos acabar com a aprovação automática imediatamente. Se o aluno está indo mal, vai ter que ter uma política de reforço. Mas escola que não avalia não ensina”, disse.

“Esse sistema não é para reprovar. É para dizer que não está satisfatório e tem que haver uma política de recuperação desse aluno. Na aprovação automática você finge que aprovou, mas a vida reprova”, completou o petista, que ainda prometeu instalar em São Paulo um sistema similar ao da prefeitura do Rio de Janeiro. Lá, os alunos usam um cartão para entrar nas escolas, e um chip determina se o estudante está presente ou não."E no futuro podemos estimular a integração dos pais com a escola. O pai pode receber um SMS no celular para saber que o filho dele não veio à aula", afirmou Mercadante. "Se eleito, quero que a minha avaliação como governador seja as notas dos alunos das escolas da rede pública", completou.

O petista acusou a gestão tucana do Palácio dos Bandeirantes, até poucos meses atrás ocupada pelo presidenciável José Serra (PSDB), de promover uma política discriminatória ao pagar bônus aos professores da rede estadual, mas não viabilizarem um plano de carreira.“Não sou contra bônus por desempenho, mas não adianta se não tiver carreira”, disse. “Os professores de São Paulo estão cinco anos sem receber reajuste. Aí tem um bônus que só 20% da categoria pode ganhar. Quem ganha, só pode ganhar de novo dali quatro anos. É um pau de sebo, não chega nunca”, disse.

Mercadante disse que São Paulo precisa de um banco estatal para fomentar crescimento e criticou o PSDB pela venda do Banespa e da Nossa Caixa. “Eles venderam o Banespa e, no auge da crise, quando a gente estava acionando os bancos públicos, eles venderam Nossa Caixa”.

Forum ZN: RECADO DE MERCADANTE AOS PROFESSORES - CONCURSO, CARREIRA E SALARIO DIGNO

Os Amigos do Presidente Lula: Até Alckmin diz que Serra não sabe o que fala

 

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Até Alckmin diz que Serra não sabe o que fala

O candidato demo-tucano ao governo de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), disse que Serra não disse o que disse.
José Serra (PSDB) falou peremptoriamente que, se fosse eleito, cancelaria o trem-bala Campinas-São Paulo-Rio de Janeiro, porque “não tem demanda e não transporta carga” e que o dinheiro seria melhor aplicado em metrôs (Serra não sabe que uma coisa não compete com outra).
Alckmin ficou preocupado com o desgaste, afinal o estado mais beneficiado pelo trem-bala é justamente São Paulo, nas regiões de Campinas, da Grande São Paulo e de São José dos Campos.
E tentou desdizer e consertar o estrago, perante o eleitorado paulista, do que disse Serra na quarta-feira: “O Serra não é contra o trem-bala. O que ele falou é o seguinte: se for para por dinheiro público, é melhor por em metrô.”, disse Alckmin.
Serra não sabe o que diz. O trem-bala será licitado e construído com financiamentos de longo prazo, que será pago com a exploração da linha. A maioria do dinheiro será privado. O governo deverá pagar pelo que compra: pela transferência de tecnologia, o que é investimento, pois com essa tecnologia será possível expandir o o trem-bala para outros trechos como Belo Horizonte, Curitiba, Goiânia, Brasília, e na ligação de várias outras capitais nos próximos anos.
Além disso, se não investisse no trem-bala, acabaria sendo necessário gastar com um outro aeroporto na capital paulista, em vez de aumentar o uso ocioso de Viracopos, seria necessário construir outra estrada São Paulo-Campinas (esse deve ser o interesse de Serra, para cobrar mais pedágios), além de ser necessário construir um trem específico do Aeroporto de Guarulhos até a capital. Somando-se tudo isso, é muito melhor investimento fazer o trem-bala de uma vez. Serra não tem visão de futuro (nem do presente) para o Brasil.

Enviar por email Por: Zé Augusto

Os Amigos do Presidente Lula: Até Alckmin diz que Serra não sabe o que fala

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Da série Viagem ao Passado: No tempo do Recua Brasil | Viomundo - O que você não vê na mídia

29 de julho de 2010 às 0:29

Edição 1534 da revista IstoÉ — 24.Fev de 1999

Recua Brasil

Cortes nos programas sociais para cumprir metas do FMI levam Fernando Henrique a enterrar promessas de investimentos feitas na campanha

GUILHERME EVELIN E RACHEL MELLO

O Brasil engatou a marcha à ré. Quatro meses depois de conquistada a reeleição, o “Avança Brasil”, programa de governo apresentado na campanha eleitoral pelo presidente Fernando Henrique Cardoso, ameaça virar obra de ficção. Este ano, o País deve conhecer um recuo histórico, com queda do Produto Interno Bruto (PIB) de 3,5%, diminuição da renda per capita para os níveis de 1980 e índices de inflação e desemprego na casa dos dois dígitos, o que inviabiliza as promessas feitas pelo candidato FHC de manter a estabilidade do real e ainda tocar projetos capazes de gerar 7,8 milhões de novos postos de trabalho.

Segundo o professor Márcio Pochmann, especialista em economia do trabalho da Universidade de Campinas, a renda per capita no Brasil deve cair 4,8% em 1999, representando a volta ao mesmo patamar de 1980. Com a decisão de dobrar a aposta na política de arrocho ditada pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), outro passo atrás vai ser dado nos próximos dias. Até a quarta-feira 24, o presidente deverá tomar uma decisão sobre novos cortes no Orçamento e nos investimentos das empresas estatais.

A tesourada de até R$ 4 bilhões vai atingir em cheio os programas do Brasil em Ação, um conjunto de obras consideradas prioritárias e apresentadas na campanha como o carro-chefe da retomada do desenvolvimento. Elas serão interrompidas ou adiadas. Pior: programas nas áreas sociais não serão poupados dos cortes. O candidato que pediu votos com o bordão de que o Brasil tem rumo iniciou, assim, o segundo mandato no Palácio do Planalto na trilha oposta da redução das desigualdades. “O presidente mudou de rumo. O eleitor percebeu isso e sua popularidade caiu como nunca. Junto à população, FHC ficou com a imagem potencial de mentiroso”, analisa Fátima Jordão, especialista em opinião pública.

Trabalho infantil

A primeira vítima desses descaminhos pode ser a pequena rede de proteção social no País, que funcionava de forma precária mesmo nos tempos de moeda estável. A luta pela erradicação do trabalho infantil é um bom exemplo. Segundo o IBGE, cerca de 3,8 milhões de crianças entre 5 e 14 anos trabalham hoje no Brasil. Uma das vitrines do primeiro mandato de Fernando Henrique, o programa atendeu somente 74 mil crianças trabalhadoras no ano passado. Em agosto, o governo prometeu investir R$ 60 milhões para ampliá-lo. No Orçamento, metade da verba foi cortada. Na última semana, o Planalto voltou atrás, depois de protestos de entidades nacionais e internacionais de defesa dos direitos das crianças, e se comprometeu a colocar mais R$ 52 milhões no projeto. Mas não disse de onde viria o dinheiro. “Em quatro anos, erradicaremos o trabalho infantil. Se não houver recursos, vamos recorrer ao apoio de um mutirão de voluntários “, sonha a secretária de Assistência Social, Wanda Engel. A promessa não encontra respaldo nos números. Especialistas calculam que o País teria que gastar R$ 1 bilhão por ano para erradicar o câncer da mão-de-obra infantil.

Na Educação, outros projetos que enchiam os olhos do presidente Fernando Henrique já sofreram duros golpes orçamentários no final do ano passado. O Programa de Informática, que deveria equipar com mais de 100 mil computadores escolas públicas de todo o País até o ano 2000, perdeu 90% de seus recursos. Em 1998, o Ministério da Educação investiu R$ 170 milhões no programa e comprou apenas 35 mil computadores. Neste ano, estão disponíveis somente R$ 12 milhões. “Mal dá para financiar os gastos fixos do programa”, reconhece o secretário-executivo do MEC, Luciano Patrício. As metas do projeto de Gestão Eficiente, que deveria melhorar as escolas públicas com compra de equipamentos e material, também ficam adiadas. O corte para este ano é de 67%. Na Saúde, ainda é difícil calcular as perdas porque o orçamento foi feito com a inclusão da CPMF ao longo de todo o ano. Como a contribuição só começa a ser recolhida em junho, projetos que vêm perdendo dinheiro nos últimos anos devem ser prejudicados. Entre eles, o de combate ao mosquito da dengue e o de infra-estrutura do Sistema Único de Saúde (SUS).

Antes mesmo de os novos cortes ajudarem a alimentar a fogueira social, o governo já está sob fogo cruzado. Na última quarta-feira, ao iniciar a Campanha da Fraternidade de 1999, que tem o desemprego como tema, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) divulgou uma cartilha recheada de críticas à política econômica. “Existem outras formas de fazer equilíbrio fiscal. O pagamento dos serviços da dívida priva o País dos recursos que deveriam ser destinados à educação e à saúde”, atacou o secretário-geral da CNBB, dom Raymundo Damasceno. O quadro das contas públicas dá razão à Igreja. A redução dos gastos está sendo feita para compensar a elevação de despesas com a amortização da dívida pública. Com a política de juros altos, somente entre 1994 e 1998, essa dívida cresceu 424%, passando de R$ 61,7 bilhões para R$ 323,8 bilhões.

Além da cúpula da Igreja Católica, o governo está sob pressão também do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). O BID condiciona a liberação de US$ 4,5 bilhões, parte do socorro externo de US$ 41 bilhões coordenado pelo FMI, à garantia de que 21 programas sociais – seguro-desemprego, merenda escolar e agentes comunitários de saúde, entre outros – serão poupados do arrocho. “Nossa experiência em outros países da América Latina mostra que a população mais pobre é sempre a mais atingida nos choques econômicos. Por isso, queremos assegurar que esses projetos vão ser preservados”, diz Ricardo Santiago, gerente operacional do BID para os países do Cone Sul.

120 anos

Ainda que programas sociais venham a ser incluídos nesse cordão de proteção exigido pelo BID, é certo que o Brasil está perdendo, no mínimo, tempo. Estudos do próprio Banco Interamericano mostram que o País levaria 120 anos para eliminar a miséria se sua economia crescesse 2% ao ano. “O quadro social é grave. E a tendência é piorar porque não se tomam providências”, diz o sociólogo Carlos Estevam Martins, professor da Universidade de São Paulo e co-autor do livro Política e sociedade em parceira com Fernando Henrique Cardoso. “Ainda é cedo para dizer que as metas do Avança Brasil são inviáveis. Trabalhamos com um horizonte de quatro anos. A partir do ano 2000, vamos modernizar o gerenciamento dos recursos, trabalhar com mais parcerias e aprender a fazer mais com menos dinheiro”, rebate José Silveira, secretário de Planejamento e Avaliação do Ministério de Orçamento e Gestão. O problema é que o médio prazo pode ser um tempo longo demais. A história recente do Brasil mostra que vendavais econômicos geram movimentos sociais e instabilidade política.

A intenção do governo FHC era capacitar 17 milhões de trabalhadores até 2002. Em agosto anunciou para 1999 gastos de R$ 662 milhões no Plano de Qualificação Profissional (Planfor). Com a crise, o orçamento do plano foi reduzido em 50%. A meta de treinar 12 milhões de trabalhadores até o ano 2000 foi adiada por pelo menos dois anos.

“Avança Brasil”

O candidato FHC se comprometeu a aumentar o número de bolsas-escola e acabar o trabalho infantil, que hoje emprega 3,8 milhões de crianças de cinco a 14 anos. No atual ritmo, a meta é inviável.

O governo Fernando Henrique atendeu no ano passado 74 mil crianças trabalhadoras. Prometeu elevar os gastos do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (Peti) de R$ 28 milhões para R$ 60 milhões. Mas o orçamento do PETI ficou em R$ 30 milhões. O governo comprometeu-se, na semana passada, a garantir mais R$ 52 milhões, sem dizer de onde viriam os recursos. Mesmo com o suplemento, as verbas são suficientes apenas para atender 117 mil crianças.

O Programa de Garantia de Renda Mínima para crianças seria implementado este ano. A meta inicial era investir R$ 320 milhões para pagamento de bolsas-escola em cerca de 300 municípios. O corte foi de 83%. O PGRM foi transformado em programa-piloto e deve atender menos de 30 municípios.

“O Brasil tem rumo”

Menina dos olhos do candidato FHC, o programa Toda Criança na Escola pretende colocar 98% das crianças na escola até 2002. A meta ficou mais distante depois que dois projetos de apoio do programa sofreram cortes drásticos.

O projeto de transporte escolar perdeu 83% de suas verbas. Em 1998, foram gastos R$ 74 milhões para compra de ônibus para transporte de estudantes. Para este ano, apenas R$ 13 milhões estão disponíveis. Na zona rural, a falta de transporte mantém as crianças afastadas da escola.

Para manter as crianças na escola, o projeto de Assistência Integral à Criança e ao Adolescente financia atividades de esporte e reforço escolar como complemento aos estudos. Em 1998, o projeto atendeu 430 mil crianças com gastos de R$ 85 milhões. Para 1999, só estão disponíveis R$ 30 milhões.

“Marcha à ré, não”

FHC prometeu mobilizar R$ 55 bilhões em investimentos para melhorar a infra-estrutura e acabar com os gargalos que atrapalham o crescimento do País. Este ano, o PIB pode cair até 3,5%. Obras prioritárias estão sendo interrompidas e adiadas.

A duplicação da rodovia Fernão Dias, que liga São Paulo a Minas Gerais, deveria ficar pronta em 1999. Com os cortes no orçamento, a obra ficará para depois do ano 2000.

Planejado para aliviar o tráfego na região metropolitana de São Paulo, o Rodoanel teria o seu primeiro trecho de 32 quilômetros finalizado no ano 2000. Para 1999, a obra sofreu um corte de 53%. O término da obra inteira ficou para além de 2004.

A rodovia BR-230, que liga a região Norte ao Centro do País, começaria a ser pavimentada em 1999 no trecho entre as cidades de Altamira e Marabá (PA). Os R$ 40 milhões, porém, foram totalmente cortados. A obra não será sequer iniciada neste ano.

Da série Viagem ao Passado: No tempo do Recua Brasil | Viomundo - O que você não vê na mídia

terça-feira, 27 de julho de 2010

Vox Populi: Na Bahia só dá Dilma! Em Minas, também já ultrapassou

Os Amigos do Presidente Lula:

terça-feira, 27 de julho de 2010

Na pesquisa Vox Populi/Band/iG, divulgada hoje, restrita ao estado da Bahia:
Dilma (PT): 50%
Serra (PSDB): 25%
Marina (PV): 4%
Para governador:
Jaques Wagner (PT): 43%
Paulo Souto (DEMos): 21%
Geddel Vieira Lima (PMDB): 10%
Bassuma (PV): 1%
Para Senador:
César Borges (PR): 29%
Walter Pinheiro (PT): 22%
Lídice (PSB): 18%
José Ronaldo (DEMos): 9%
José Carlos Aleluia (DEMos): 5%
Edvaldo Brito (PTB): 3%
Edson Duarte (PV): 2%
França (PSOL): 2%
Carlos Sampaio (PCB): 2%
Zilmar (PSOL): 1%
Em Minas Gerais, Dilma ultrapassa:
Dilma (PT): 37%
Serra (PSDB): 33%
Marina (PV): 8%
A rejeição ao demo-tucano aumentou de 12% para 19% no Estado e a de Dilma manteve-se estável, oscilando de 14% para 13%, desde maio.
O ex-ministro das Comunicações Hélio Costa (PMDB) lidera a disputa pelo governo de Minas Gerais com uma vantagem de 24 pontos percentuais sobre o atual governador, Antonio Anastasia (PSDB), mostra pesquisa Vox Populi/Band/iG desta terça-feira. Se a eleição fosse hoje, Costa seria eleito no primeiro turno pois a soma dos demais candidatos é 23%.
Governador:
Hélio Costa (PMDB): 42%
Anastasia (PSDB): 18%
Vanessa Portugal (PSTU): 2%
Edilson Nascimento (PT do B): 1%
Zé Fernando Aparecido (PV): 1%
Professor Luiz Carlos (PSOL): 1%
Senador:
Aécio Neves (PSDB): 71%
Itamar Franco (PPS): 44%
Fernando Pimentel (PT): 24%
Marilda Ribeiro (PSOL): 2%
Zito Vieira (PC do B): 1%
Tafael Pimenta (PCB): 1%
(cada eleitor vota em 2 senadores neste ano, por isso a soma pode chegar a 200%).

Os Amigos do Presidente Lula: Vox Populi: Na Bahia só dá Dilma! Em Minas, também já ultrapassou

Dilma sobe ao aparecer como candidata de Lula - Estadao.com.br

Últimas seis pesquisas do Datafolha mostram relação direta entre o grau de informação sobre a opção do presidente e a performance da petista

27 de julho de 2010 | 0h 00
Daniel Bramatti - O Estado de S.Paulo

As duas subidas de Dilma Rousseff nas pesquisas eleitorais desde o fim do ano passado coincidiram com um aumento significativo no porcentual de eleitores informados sobre o fato de que ela é a candidata do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

A série das últimas seis pesquisas do instituto Datafolha mostra uma relação direta entre o grau de informação sobre a opção de Lula na campanha e a performance de Dilma. Colocadas em um gráfico, as duas variáveis têm linhas de evolução praticamente idênticas (veja quadro nesta página).

Desde dezembro, o índice de intenção de voto na petista equivale a cerca da metade do porcentual do eleitorado bem informado sobre a posição de Lula na campanha.

A intenção de voto na candidata do PT subiu de 26% para 31% entre dezembro de 2009 e fevereiro deste ano. No mesmo período, o grau de percepção de que Dilma é a escolhida por Lula subiu de 52% para 59%.

Logo a seguir, houve um período de estagnação. Foram dois meses em que o eleitorado bem informado sobre a opção de voto do presidente empacou na faixa dos 60%. Da mesma forma, a preferência por Dilma se manteve na faixa dos 30%.

Mudança. A candidata petista só ganhou impulso novamente em maio, quando subiu sete pontos porcentuais e, com 37%, empatou com o adversário José Serra, candidato do PSDB. Na época, a parcela dos que sabiam quem Lula apoiava aumentou de 61% para 71%.

De lá para cá, o eleitorado bem informado passou para 75% em junho e voltou para 70% em julho, enquanto a intenção de voto na ex-ministra da Casa Civil oscilou para 38% e depois para 36%.

Os dois movimentos de subida de Dilma foram captados pelas pesquisas logo após momentos de grande exposição da candidata ao lado do presidente.

Em fevereiro, o PT investiu cerca de R$ 6,5 milhões em um megaevento para lançar a pré-candidatura de Dilma, em Brasília. O palco petista foi armado para que Lula apresentasse a então ministra como a pessoa responsável por dar continuidade a seu governo.

Em maio, Dilma cresceu ao aparecer com Lula em outro "palco" preparado pelo PT: o programa partidário de 10 minutos exibido em rede nacional de rádio e televisão. Na peça de propaganda, Lula atribuiu a Dilma o crédito por vitrines de sua gestão e chegou a compará-la ao líder sul-africano Nelson Mandela.

Cabo eleitoral. Segundo a última pesquisa Datafolha, Lula exerce influência sobre quase dois terços do eleitorado - 42% dizem que votarão "com certeza" no candidato apoiado pelo presidente e 23% afirmam que "talvez" o façam.

Na parcela dos 42% de lulistas convictos ainda há certo grau de desinformação. Nada menos do que um quinto dos eleitores de Serra afirmam que pretendem votar "com certeza" na pessoa apoiada por Lula.

l Dados técnicos
A última pesquisa Datafolha, registrada no TSE sob o número 20.140/2010, foi feita entre 20 e 23 de julho. A margem de erro do levantamento é de dois pontos porcentuais.

Dilma sobe ao aparecer como candidata de Lula - brasil - Estadao.com.br

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Serra volta a atacar jornalista. A técnica é a do ACM | Conversa Afiada

Publicado em 26/07/2010

Na foto, José Serra ao responder à pergunta do Heródoto sobre pedágio

O Conversa Afiada reproduz trecho da coluna de Juremir Machado da Silva, no Correio do Povo, em Porto Alegre.
ANO 115 Nº 297 – PORTO ALEGRE, SÁBADO, 24 DE JULHO DE 2010
Serra ou motosserra?

Tive uma discussão com o candidato José Serra na Rádio Guaíba. É o meu destino. Sou um franco-atirador. Coleciono altercações. A casa estava cheia. O confronto ocorreu sob o olhar atento de Natal Furucho, presidente da Record-RS. Tudo começou quando qualifiquei o vice de Serra, Índio da Costa, de desconhecido e questionei as suas declarações vinculando o PT às Farc e ao narcotráfico. Serra ficou nervoso. Partiu para o ataque. Acusou-me de ter “comprado uma pauta do PT”. Sugeriu que eu tinha simpatias petistas.
Inverteu a ordem das coisas. Passou a me questionar: “Você sabe quem é o vice da Marina?”. Respondi, com alguma perplexidade, como sempre acontece quando me sinto absurdamente testado. “Bacana”!
Nossa discussão continuou no intervalo do programa. Serra foi mais incisivo: eu estaria reproduzindo a pauta “dos petralhas”. Rejeitei essa ideia surpreso com o uso de tal expressão por um homem fino. Disse-lhe que tinha feito a pergunta jornalística mais óbvia. Ele retrucou que ninguém lhe perguntava isso em outros estados. Foi a minha vez de reagir afirmando que, sendo assim, a imprensa dos outros lugares estava muito ruim ou muito tucana. Novamente no ar, repeti alguns desses termos para embasar a pergunta seguinte. Serra acusou-me de estar usando elementos da nossa conversa no intervalo. Tratei de acalmá-lo. Puxei assuntos mais amenos. Aos poucos, ele relaxou.
Descontraiu-se. Ao final, fora do ar, desculpou-se: “Você estava certo, peço desculpas”, disse-me. Uau! (*)

Clique aqui para ler “Manual para quem vai entrevistar Serra – cuidado, ele morde !”.
Paulo Henrique Amorim
(*) Serra usou aqui uma técnica carlista. O ACM também fazia isso. Agredia em público e, depois, reservadamente, pedia desculpas.

Serra volta a atacar jornalista. A técnica é a do ACM | Conversa Afiada

O dia em que o Datafolha derrotou Jânio Quadros (que venceu com 4% de vantagem) | Viomundo - O que você não vê na mídia

25 de julho de 2010 às 20:26

por Luiz Carlos Azenha

Como os arquivos do Viomundo antigo estão em frangalhos, um problema que o Leandro Guedes promete resolver em breve, vou dar uma de caduco: contar de novo, em poucas palavras, uma história antiga, acrescentando alguns detalhes.

Aconteceu, como diria aquele personagem do Chico Anysio, em 1985.

Eu era um jovem, porém experiente repórter.

Tinha pedido demissão da TV Globo pela primeira vez (o equivalente, naquela época, a pedir demissão da Petrobras), já que a emissora queria que eu fosse chefe do escritório de uma futura emissora, em São José do Rio Preto, mas eu queria me formar, o que exigia minha presença física em São Paulo (eu levava o curso de Jornalismo na Universidade de São Paulo aos trancos e barrancos e só colei grau em fevereiro de 1987, quando já era correspondente da TV Manchete em Nova York).

Um dia, estudante em São Paulo e desempregado, passei pela entrada do Hospital das Clínicas, onde Tancredo Neves estava moribundo, e encontrei o Heraldo Pereira, então repórter da TV Manchete, que me disse que a emissora tinha vaga para repórter (àquela altura eu já tinha quatro anos de experiência em TV, o que incluia longos meses cobrindo férias na Globo de São Paulo, com muitas reportagens em jornais de rede e algumas no Jornal Nacional).

Fui contratado.

Como aquele era ano de eleições para a Prefeitura de São Paulo, fui escalado pela Cristina Piasentini para acompanhá-las. Foi assim que passei a periodicamente visitar a casa do candidato Jânio Quadros, na Lapa, em São Paulo. Conheci dona Eloá, a ex-primeira dama. O ex-presidente tinha sido candidato a governador em 1982, nas primeiras eleições diretas para o cargo durante o regime militar. Perdeu para Franco Montoro. Agora ensaiava uma nova tentativa eleitoral, com apoio na centro-direita. Os outros candidatos importantes eram Fernando Henrique Cardoso, do PMDB de Montoro, herdeiro do MDB, o partido de oposição ao regime militar; e Eduardo Suplicy, do recém-formado Partido dos Trabalhadores.

Jânio concorria pelo PTB. Ele mesmo abria o portão da casa e nos encaminhava para um escritório anexo. Confesso que não era o candidato de minha simpatia (eu tinha votado em Montoro para governador e, se meu título fosse de São Paulo, provavelmente votaria em FHC para prefeito). Mas Jânio era um homem muito simpático. Pedia café e conversava com o jovem repórter como se eu pudesse decidir as eleições. Nas entrevistas, atacava Fernando Henrique Cardoso como alguém que teria mais intimidade com os subúrbios de Paris do que com a periferia de São Paulo. Jânio gostava de falar dos bairros que conhecia pessoalmente, especialmente da vila Maria, que era sua base eleitoral. Jânio dizia abertamente que parte da mídia era inimiga dele. Citava a TV Globo, razão pela qual, presumo, recebia tão bem as equipes da Manchete (sobre acertos de bastidores da Manchete com Jânio, eu era muito jovem para saber).

No dia da eleição, 15 de novembro de 1985, a TV Manchete instalou uma câmera daquelas grandes, de estúdio, na redação da Folha de S. Paulo. Ao longo da campanha eleitoral eu havia entrevistado o Otavinho, já que a Manchete tinha feito um acordo para divulgar os resultados das pesquisas do Datafolha, recém-criado.

Uma das minhas primeiras intervenções ao vivo foi para anunciar o resultado da pesquisa de boca-de-urna do Datafolha em São Paulo. Fernando Henrique Cardoso seria eleito prefeito de São Paulo, previa o Datafolha. Já não me recordo qual era a margem prevista pelo instituto. No entanto, assim que a votação acabou e começou a apuração, os resultados do Datafolha eram distintos dos revelados pela contagem física dos votos.

Ao longo da campanha, Jânio Quadros tinha se servido de pesquisas não-científicas feitas pela rádio Jovem Pan, que colocava equipes volantes para entrevistar eleitores nas ruas de São Paulo. Pelas “pesquisas” da Pan, Jânio seria eleito.

A situação foi ficando cada vez mais tensa na redação da Folha. Havia um terrível descompasso entre a previsão e a contagem. Por pressão da redação da TV Manchete (que conversava comigo pelo ponto e por uma linha telefônica específica), chamei o Reginaldo Prandi, que falava pelo Datafolha. A explicação dele, ao vivo, foi a seguinte: por enquanto as urnas apuradas são de regiões onde Jânio Quadros tem a maioria dos votos; quando chegarem ao TSE as urnas de outras áreas de São Paulo, Fernando Henrique vencerá.

Segundo Conceição Lemes, que também era repórter em 1985, o governador Franco Montoro chegou a dar um entrevista à TV Record agradecendo os eleitores de São Paulo pela escolha de Fernando Henrique, aparentemente baseado na pesquisa Datafolha.

Ou não. Isso não me ocorreu na época, mas uma pesquisa de boca-de-urna viciada pode servir a interesses inconfessáveis: se a margem em favor de um candidato for bastante reduzida, pode permitir que pilantragem eleitoral mude o resultado. Como diria a Folha de S. Paulo, não há provas de que isso tenha acontecido então, mas também não há provas de que não tenha ocorrido.

Ao fim e ao cabo recebi uma ligação de Pedro Jacques Kapeller, o Jaquito, o principal executivo da TV Manchete abaixo de Adolpho Bloch, que disse algo assim: “Azenha, esquece o Datafolha, pode dizer que o Jânio vai ganhar baseado na apuração”.

Foi o que fiz. Jânio, eleito, foi para a sede da TV Manchete, na rua Bruxelas, dar uma entrevista ao vivo.

Ele venceu com 39,3% dos votos válidos, contra 35,3% de Fernando Henrique e 20,7% de Eduardo Suplicy.

Ou seja, a “vitória” de FHC no Datafolha foi desmentida pela vantagem de 4% que Jânio obteve nas urnas.

Infelizmente, não disponho dos dados do Datafolha de 1985. Aparentemente, essa é uma história que o instituto prefere esquecer.

Aos leitores que tiverem mais informações ou correções a fazer, agradeço antecipadamente.

PS do Viomundo: FHC senta-se na cadeira do então prefeito Mário Covas, antes da eleição (enviada pelo Mauro Silva):

Jânio Quadros desinfeta a cadeira ao assumir (da Vejinha):

O dia em que o Datafolha derrotou Jânio Quadros (que venceu com 4% de vantagem) | Viomundo - O que você não vê na mídia

Serra tem nojo de pobre. A foto vale por mil trololós | Conversa Afiada

Publicado em 26/07/2010

Depois, lá dentro, ele limpa a mão com álcool

Extraído do site Amigos do Presidente (clique aqui para ler Blog ganha da treva na Justiça):
segunda-feira, 26 de julho de 2010
José Serra tem nojo de pobre
Na foto tirada ontem  enquanto José Serra fazia campanha no Paraná, os leitores podem notar o candidato tucano pega -sem muito entusiasmo- na mão de uma eleitora e beija a própria mão.. Perceba que Serra mantém  distância do povo, lá no alto, enquanto lá em baixo uma filinha de senhoras  tentam cumprimentar  o candidato. Não é novidade para ninguém que o PSDB é o partido dos ricos, dos bancos, das classes altas e da massa cheirosa, como define a tucana Eliane Cantanhêde

A imagem reforça uma matéria publicado em 2009 na revista Piauí….

“Era quase meia-noite quando entrou Serra no carro e tomou o rumo do aeroporto, onde o jatinho do governo paulista o aguardava para levá-lo de volta.Ao sentar, imediatamente pegou um frasco de álcool, à sua disposição no bolsão do assento do passageiro, e limpou as mãos. A gripe suína não existia ainda: há anos ele tem o hábito de lavar as mãos várias vezes ao dia, sobretudo depois de cumprimentar estranhos; quando não pode, usa álcool.” Na revista Piauí
Vamos ver como Lula, uma vez deputado e duas vezes presidente, é tratado e trata o povo?

Agora o Serra, político profissional. Já ocupou dois ministérios no governo de Fernando Henrique Cardoso. Está enraizado no governo paulista há mais de 15 anos.Já foi prefeito, governador, vereador, e outras coisitas mais…Veja como trata o povo…

Enquanto o José Serra nem olha para a cara do leitor….

Eliane Cantanhêde tem razão!

Clique aqui para ver o vídeo imperdível da colonista (*) da Folha (*), a Eliane Catanhêde, sobre a “massa cheirosa” .

Em tempo: o Howard Hughes começou como o Serra e acabou maluco.

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Blog derrota as forças da treva. Dra Cureau, ainda não foi dessa vez

Conversa Afiada:
Publicado em 26/07/2010

 
A Treva de Dante: quem serão aqueles dois em pé, à esquerda ?

Saiu no New York Times um conjunto de documentos que pode acabar com a guerra do Afeganistão.
Uma espécie de Pentagon Papers dos novos tempos.
Os documentos do New York Times mostram a ligação entre o serviço de inteligência do Paquistão – grande amigo dos Estados Unidos – com o Talibã, no Afeganistão – grande inimigo dos Estados Unidos.
Os Estados Unidos derramam um monte de dinheiro no Paquistão e o Paquistão detona os Estados Unidos no Afeganistão.
Assim como os Pentagon Papers ajudaram a minar a legitimidade da guerra do Vietnã, o Wikileaks pode desmoralizar a guerra do Afeganistão.
O Wikileaks é um site colaborativo, postado na internet que recebe e filtra documentos confidenciais.
E foi de lá que o New York Times extraiu os documentos.
De um site cooperativo !
(Será que a Dra Cureau sabe o que é isso ? E o Daniel Dantas ?)
No Brasil, o Wikileaks é incipiente: cabe numa Kombi.
Mas, os corruptos não perdem por esperar.
Clique aqui para ir à aba “Não me calarão” e ver que este ordinário blogueiro derrotou Daniel Dantas na Justiça por 3 a 0 – duas vezes !
Clique aqui para ler sobre outra histórica decisão do Ministro Henrique Neves, do TSE.
Aqui no Brasil, outro blog de excelente qualidade jornalística, uma das revelações dessa campanha em que a Dilma está com oito pontos na frente do Serra (antes de a campanha começar), o blog Amigos do Presidente Lula acaba de derrotar a treva na Justiça.
A dra Cureau queria fechar o blog.
Seria uma operação de fazer a China morrer de inveja.
Nem a China conseguiu o que a Dra Cureau queria: fechar um blog  – clique aqui para ler “Google derrota a China e não se submeterá a censura”.
A Dra Cureau queria entrar para a História (da treva).
Felizmente, a Justiça prevaleceu.
Domingo, 25 de julho de 2010
Nós vencemos: TSE nega multa ao Google e ao nosso blog por suposta propaganda antecipada
Sandra Cureau pedia ao blog Os amigos do Presidente Lula multa por seleção de matérias favoráveis a Lula em blog.Ministro entendeu que reportagens são fruto da liberdade de imprensa.
O ministro Henrique Neves, do Tribunal Superior Eleitoral, negou neste domingo (25) pedido de multa ao Google e ao blog Os amigos do Presidente Lula por suposta propaganda eleitoral antecipada a favor da pré-candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff. Representação protocolada pelo Ministério Público Eleitoral alegava que este blog anunciava a “Comunidade Oficial dos Amigos da Presidente Dilma”, que continha links nas páginas do Google, tinha o objetivo de divulgar a campanha eleitoral da candidata Dilma
Além de multa, o MPE solicitava a suspensão do acesso ao conteúdo do blog,pois esse reunia reportagens jornalísticas favoráveis ao governo do Presidente Lula. Ao rejeitar o pedido, o ministro do TSE destacou que o “fundamento invocado pelo Ministério Público para requerer a suspensão do conteúdo não está mais presente”, já que a propaganda eleitoral se encontra permitida desde o dia seis de julho. Henrique Neves também disse que a seleção de reportagens sobre Lula não caracteriza irregularidade.
“Essa seleção não caracteriza, por si, propaganda eleitoral antecipada. Se assim fosse, as matérias originais também caracterizariam irregularidade, quando, na verdade, representam a livre expressão do pensamento e a liberdade de imprensa, garantidas pela Constituição”, diz o ministro na decisão.
No processo, a Google informou que “não exerce controle preventivo ou monitoramento sobre o conteúdo das páginas pessoais criadas pelos usuários”. Já o autor do blog, invocou as liberdades de expressão e informação garantidas pela Constituição para justificar a exposição das reportagens na internet.
Decisão
Sobre a suspensão do acesso ao conteúdo do Blog, o ministro Henrique Neves ressaltou que “Ultrapassado o dia 6 de julho, o fundamento invocado pelo Ministério Público para requerer a suspensão do conteúdo não está mais presente”, pois a propaganda eleitoral já se encontra permitida. Assim, este pedido teria perdido o objeto.
“Não tenho dúvida de que o sítio impugnado se destina a selecionar matérias que sejam favoráveis ao Excelentíssimo Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o que aparentemente é feito há quatro anos (são 5 anos). Essa seleção, contudo, não caracteriza, por si, propagandaeleitoral antecipada. Se assim fosse, as matérias originais também caracterizariam irregularidade, quando, na verdade, representama livre expressão do pensamento e a liberdade de imprensa, garantidas pela Constituição Federal, em especial, nos arts. 5º, IV, e220” destacou o ministro Henrique Neves.
“Se não é possível sancionar a divulgação de uma matéria jornalística produzida sob a égide do § 1º, do art. 220 da ConstituiçãoFederal, não há como impor multa ao particular a partir, apenas, da reprodução do conteúdo em sítio na internet”, finalizou o ministro ao afastar a aplicação de multa ao autor do Blog e a Google.
Obrigada
Nós do blog estamos muito felizes. Justiça foi feita!
Queremos agradecer todos os nossos queridíssimos leitores, pelo apoio
Queremos agradecer também nossos advogados, Drs. Gustavo Severo, Paulo Valério e Guilherme Gonçalves

Paulo Henrique Amorim

Blog derrota as forças da treva. Dra Cureau, ainda não foi dessa vez | Conversa Afiada

Marta lidera a corrida pelo Senado em SP

Eleições – iG:

Derrotada nas urnas em 2008, petista tem 35% das intenções de voto na briga por uma das duas cadeiras na Casa

Matheus Pichonelli, iG São Paulo | 26/07/2010 19:17

A ex-prefeita de São Paulo Marta Suplicy (PT) lidera a corrida por uma das duas vagas ao Senado em disputa nas eleições deste ano. Em pesquisa Vox Populi/Band/iG divulgada nesta segunda-feira, a candidata petista, derrotada há dois anos quando concorreu à prefeitura paulistana, aparece com 35% das intenções de voto – 17 pontos a mais do que o segundo colocado, o senador Romeu Tuma (PTB), que somou 18%.
A pouco mais de dois meses das eleições, a pesquisa aponta que 36% dos eleitores não responderam ou ainda não sabem em que vão votar para senador em outubro. A margem de erro é de 3%.
Candidato na mesma chapa de Marta, o vereador e cantor Netinho de Paula (PC do B) empata na quarta colocação com Ciro, do PTC – ambos têm 13%. À frente deles está o ex-governador Orestes Quércia (PMDB), com 16%. Pela margem de erro, Quércia e Tuma estão empatados na corrida.
O candidato tucano ao Senado, Aloysio Nunes Ferreira, tem apenas 7% da preferência do eleitor, empatado tecnicamente com o cantor e compositor Moacir Franco, do PSL, que tem 6%.
Marta é a favorita dos eleitores quando perguntados quem é a primeira opção de voto dos entrevistados: 27%, contra 8% anotados por Quércia, Tuma e Ciro. Já Romeu Tuma é o mais citado como opção de segundo voto, com 10% - seguido por Quércia e Marta, ambos com 8%, e seguidos por Netinho (7%).
Na pesquisa espontânea (quando os nomes dos candidatos não são apresentados), 7% dos entrevistados dizem ter na ex-prefeita a opção do primeiro voto, contra 2% de Quércia, o segundo colocado.

Marta lidera a corrida pelo Senado em SP - Eleições - iG

Dez falsos motivos para não votar na Dilma

Cineasta, roteirista para a TV, e de talento inquestionável, ainda me surpreendi com Jorge Furtado nesse artigo (abaixo) publicado em seu blog no site Casa do Cinema de Porto Alegre. Uma das mais completas análises do significado dessas eleições. Resume meses de pesquisa e leituras que tenho acompanhado pela internet. Para quem não conhece possa conferir o talento de Jorge assistam o fantástico Curta de 1989, Ilha das Flores.

Casa de Cinema de Porto Alegre/ Jorge Furtado:

Dez falsos motivos para não votar na Dilma

por Jorge Furtado em 25 de julho de 2010

Tenho alguns amigos que não pretendem votar na Dilma, um ou outro até diz que vai votar no Serra. Espero que sigam sendo meus amigos. Política, como ensina André Comte-Sponville, supõe conflitos: “A política nos reúne nos opondo: ela nos opõe sobre a melhor maneira de nos reunir”.
Leio diariamente o noticiário político e ainda não encontrei bons argumentos para votar no Serra, uma candidatura que cada vez mais assume seu caráter conservador. Serra representa o grupo político que governou o Brasil antes do Lula, com desempenho, sob qualquer critério, muito inferior ao do governo petista, a comparação chega a ser enfadonha, vai lá para o pé da página, quem quiser que leia. (1)
Ouvi alguns argumentos razoáveis para votar em Marina, como incluir a sustentabilidade na agenda do desenvolvimento. Marina foi ministra do Lula por sete anos e parece ser uma boa pessoa, uma batalhadora das causas ambientalistas. Tem, no entanto (na minha opinião) o inconveniente de fazer parte de uma igreja bastante rígida, o que me faz temer sobre a capacidade que teria um eventual governo comandado por ela de avançar em questões fundamentais como os direitos dos homossexuais, a descriminalização do aborto ou as pesquisas envolvendo as células tronco.
Ouço e leio alguns argumentos para não votar em Dilma, argumentos que me parecem inconsistentes, distorcidos, precários ou simplesmente falsos. Passo a analisar os dez mais freqüentes.
1. “Alternância no poder é bom”.
Falso. O sentido da democracia não é a alternância no poder e sim a escolha, pela maioria, da melhor proposta de governo, levando-se em conta o conhecimento que o eleitor tem dos candidatos e seus grupo políticos, o que dizem pretender fazer e, principalmente, o que fizeram quando exerceram o poder. Ninguém pode defender seriamente a idéia de que seria boa a alternância entre a recessão e o desenvolvimento, entre o desemprego e a geração de empregos, entre o arrocho salarial e o aumento do poder aquisitivo da população, entre a distribuição e a concentração da riqueza. Se a alternância no poder fosse um valor em si não precisaria haver eleição e muito menos deveria haver a possibilidade de reeleição.
2. “Não há mais diferença entre direita e esquerda”.
Falso. Esquerda e direita são posições relativas, não absolutas. A esquerda é, desde a sua origem, a posição política que tem por objetivo a diminuição das desigualdades sociais, a distribuição da riqueza, a inserção social dos desfavorecidos. As conquistas necessárias para se atingir estes objetivos mudam com o tempo. Hoje, ser de esquerda significa defender o fortalecimento do estado como garantidor do bem-estar social, regulador do mercado, promotor do desenvolvimento e da distribuição de riqueza, tudo isso numa sociedade democrática com plena liberdade de expressão e ampla defesa das minorias. O complexo (e confuso) sistema político brasileiro exige que os vários partidos se reúnam em coligações que lhes garantam maioria parlamentar, sem a qual o país se torna ingovernável. A candidatura de Dilma tem o apoio de políticos que jamais poderiam ser chamados de “esquerdistas”, como Sarney, Collor ou Renan Calheiros, lideranças regionais que se abrigam principalmente no PMDB, partido de espectro ideológico muito amplo. José Serra, por sua vez, tem o apoio majoritário da direita e da extrema-direita reunida no DEM (2), da “direita” do PMDB, além do PTB, PPS e outros pequenos partidos de direita: Roberto Jefferson, Jorge Borhausen, ACM Netto, Orestes Quércia, Heráclito Fortes, Roberto Freire, Demóstenes Torres, Álvaro Dias, Arthur Virgílio, Agripino Maia, Joaquim Roriz, Marconi Pirilo, Ronaldo Caiado, Katia Abreu, André Pucinelli, são todos de direita e todos serristas, isso para não falar no folclórico Índio da Costa, vice de Serra. Comparado com Agripino Maia ou Jorge Borhausen, José Sarney é Che Guevara.
3. “Dilma não é simpática”.
Argumento precário e totalmente subjetivo. Precário porque a simpatia não é, ou não deveria ser, um atributo fundamental para o bom governante. Subjetivo, porque o quesito “simpatia” depende totalmente do gosto do freguês. Na minha opinião, por exemplo, é difícil encontrar alguém na vida pública que seja mais antipático que José Serra, embora ele talvez tenha sido um bom governante de seu estado. Sua arrogância com quem lhe faz críticas, seu destempero e prepotência com jornalistas, especialmente com as mulheres, chega a ser revoltante.
4. “Dilma não tem experiência”.
Argumento inconsistente. Dilma foi secretária de estado, foi ministra de Minas e Energia e da Casa Civil, fez parte do conselho da Petrobras, gerenciou com eficiência os gigantescos investimentos do PAC, dos programas de habitação popular e eletrificação rural. Dilma tem muito mais experiência administrativa, por exemplo, do que tinha o Lula, que só tinha sido parlamentar, nunca tinha administrado um orçamento, e está fazendo um bom governo.
5. “Dilma foi terrorista”.
Argumento em parte falso, em parte distorcido. Falso, porque não há qualquer prova de que Dilma tenha tomado parte de ações “terroristas”. Distorcido, porque é fato que Dilma fez parte de grupos de resistência à ditadura militar, do que deve se orgulhar, e que este grupo praticou ações armadas, o que pode (ou não) ser condenável. José Serra também fez parte de um grupo de resistência à ditadura, a AP (Ação Popular), que também praticou ações armadas, das quais Serra não tomou parte. Muitos jovens que participaram de grupos de resistência à ditadura hoje participam da vida democrática como candidatos. Alguns, como Fernando Gabeira, participaram ativamente de seqüestros, assaltos a banco e ações armadas. A luta daqueles jovens, mesmo que por meios discutíveis, ajudou a restabelecer a democracia no país e deveria ser motivo de orgulho, não de vergonha.
6. “As coisas boas do governo petista começaram no governo tucano”.
Falso. Todo governo herda políticas e programas do governo anterior, políticas que pode manter, transformar, ampliar, reduzir ou encerrar. O governo FHC herdou do governo Itamar o real, o programa dos genéricos, o FAT, o programa de combate a AIDS. Teve o mérito de manter e aperfeiçoá-los, desenvolvê-los, ampliá-los. O governo Lula herdou do governo FHC, por exemplo, vários programas de assistência social. Teve o mérito de unificá-los e ampliá-los, criando o Bolsa Família. De qualquer maneira, os resultados do governo Lula são tão superiores aos do governo FHC que o debate “quem começou o quê” torna-se irrelevante.
7. “Serra vai moralizar a política”.
Argumento inconsistente. Nos oito anos de governo tucano-pefelista - no qual José Serra ocupou papel de destaque, sendo escolhido para suceder FHC - foram inúmeros os casos de corrupção, um deles no próprio Ministério da Saúde, comandado por Serra, o superfaturamento de ambulâncias investigado pela “Operação Sanguessuga”. Se considerarmos o volume de dinheiro público desviado para destinos nebulosos e paraísos fiscais nas privatizações e o auxílio luxuoso aos banqueiros falidos, o governo tucano talvez tenha sido o mais corrupto da história do país. Ao contrário do que aconteceu no governo Lula, a corrupção no governo FHC não foi investigada por nenhuma CPI, todas sepultadas pela maioria parlamentar da coligação PSDB-PFL. O procurador da república ficou conhecido com “engavetador da república”, tal a quantidade de investigações criminais que morreram em suas mãos. O esquema de financiamento eleitoral batizado de “mensalão” foi criado pelo presidente nacional do PSDB, senador Eduardo Azeredo, hoje réu em processo criminal. O governador José Roberto Arruda, do DEM, era o principal candidato ao posto de vice-presidente na chapa de Serra, até ser preso por corrupção no “mensalão do DEM”. Roberto Jefferson, réu confesso do mensalão petista, hoje apóia José Serra. Todos estes fatos, incontestáveis, não indicam que um eventual governo Serra poderia ser mais eficiente no combate à corrupção do que seria um governo Dilma, ao contrário.
8. “O PT apóia as FARC”.
Argumento falso. É fato que, no passado, as FARC ensaiaram uma tentativa de institucionalização e buscaram aproximação com o PT, então na oposição, e também com o governo brasileiro, através de contatos com o líder do governo tucano, Artur Virgílio. Estes contatos foram rompidos com a radicalização da guerrilha na Colômbia e nunca foram retomados, a não ser nos delírios da imprensa de extrema-direita. A relação entre o governo brasileiro e os governos estabelecidos de vários países deve estar acima de divergências ideológicas, num princípio básico da diplomacia, o da auto-determinação dos povos. Não há notícias, por exemplo, de capitalistas brasileiros que defendam o rompimento das relações com a China, um dos nossos maiores parceiros comerciais, por se tratar de uma ditadura. Ou alguém acha que a China é um país democrático?
9. “O PT censura a imprensa”.
Em seus oito anos de governo o presidente Lula enfrentou a oposição feroz e constante dos principais veículos da antiga imprensa. Esta oposição foi explicitada pela presidente da Associação Nacional de Jornais (ANJ) que declarou que seus filiados assumiram “a posição oposicionista (sic) deste país”. Não há registro de um único caso de censura à imprensa por parte do governo Lula. O que há, frequentemente, é a queixa dos órgãos de imprensa sobre tentativas da sociedade e do governo, a exemplo do que acontece em todos os países democráticos do mundo, de regulamentar a atividade da mídia.
10. “Os jornais, a televisão e as revistas falam muito mal da Dilma e muito bem do Serra”.
Isso é verdade. E mais um bom motivo para votar nela e não nele.
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(1) Alguns dados comparativos dos governos FHC e Lula.
Geração de empregos:
FHC/Serra = 780 mil x Lula/Dilma = 12 milhões
Salário mínimo:
FHC/Serra = 64 dólares x Lula/Dilma = 290 dólares
Mobilidade social (brasileiros que deixaram a linha da pobreza):
FHC/Serra = 2 milhões x Lula/Dilma = 27 milhões
Risco Brasil:
FHC/Serra = 2.700 pontos x Lula/Dilma = 200 pontos
Dólar:
FHC/Serra = R$ 3,00 x Lula/Dilma = R$ 1,78
Reservas cambiais:
FHC/Serra = 185 bilhões de dólares negativos x Lula/Dilma = 239 bilhões de dólares positivos.
Relação crédito/PIB:
FHC/Serra = 14% x Lula/Dilma = 34%
Produção de automóveis:
FHC/Serra = queda de 20% x Lula/Dilma = aumento de 30%
Taxa de juros:
FHC/Serra = 27% x Lula/Dilma = 10,75%
(2) Elio Gaspari, na Folha de S.Paulo de 25.07.10:
José Serra começou sua campanha dizendo: "Não aceito o raciocínio do nós contra eles", e em apenas dois meses viu-se lançado pelo seu colega de chapa numa discussão em torno das ligações do PT com as Farc e o narcotráfico. Caso típico de rabo que abanou o cachorro. O destempero de Indio da Costa tem método. Se Tupã ajudar Serra a vencer a eleição, o DEM volta ao poder. Se prejudicar, ajudando Dilma Rousseff, o PSDB sairá da campanha com a identidade estilhaçada. Já o DEM, que entrou na disputa com o cocar do seu mensalão, sairá brandindo o tacape do conservadorismo feroz que renasceu em diversos países, sobretudo nos Estados Unidos. 

Dez falsos motivos para não votar na Dilma | Casa de Cinema de Porto Alegre

domingo, 25 de julho de 2010

O medo invade a campanha

 ISTOÉ Independente - Eleições 2010:

PSDB recorre a velhos fantasmas e tenta assustar o eleitor ao vincular o PT a grupos terroristas e ao crime organizado

Alan Rodrigues e Sérgio Pardellas

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PARCERIA
Serra e Indio da Costa planejaram ataques

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O comando da campanha de José Serra (PSDB) colocou o medo no centro da disputa presidencial. Tudo começou com a surpreendente entrevista do vice de Serra, Indio da Costa (DEM), dizendo a um site do partido que o PT é ligado às Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) e ao narcotráfico. Num primeiro momento, lideranças partidárias passaram a ideia de que Indio era apenas uma voz isolada – além de descontrolada e inconsequente. Aos poucos, porém, foi ficando claro que ele cumpria um script previamente combinado. Muito bem orientado pelos caciques do PSDB e DEM, o vice de Serra servia de ponta de lança para uma estratégia de campanha: o uso da velha e surrada tática do medo. Ele procurava criar fantasmas na cabeça do eleitor para tirar votos da candidata petista à Presidência, Dilma Rousseff.

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A tática do medo, por definição, desqualifica o debate político. Quem a utiliza está disposto a trabalhar não com a razão, mas com sentimentos mais primários e difusos. Recorre a argumentos distantes de qualquer racionalidade para tentar encantar um público mais desinformado ou que já coleciona arraigados preconceitos. É um jogo perigoso: “Campanhas negativas podem até aumentar a rejeição ao candidato que as patrocina”, diz o cientista político José Paulo Martins Jr., da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo. Mas os tucanos resolveram arriscar.

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ACUSAÇÕES
Tasso Jereissati diz que Lula é “chavista”

Apesar das reações provocadas pelas declarações de Indio da Costa (o TSE já concedeu até direito de resposta ao PT), expoentes do PSDB e o próprio Serra não desautorizaram o deputado do DEM. Ao contrário, passaram a engrossar o vale-tudo eleitoral. Animado, Indio voltou à carga, insinuando uma relação entre o PT e uma facção criminosa do Rio. “Já há vários indícios de ligação do Comando Vermelho com as Farc. E qual a opinião da Dilma sobre isso? Veja só: o PT e as Farc, as Farc e o narcotráfico, o narcotráfico, o Rio de Janeiro e o Comando Vermelho, com indícios muito claros de relacionamento. Ela (Dilma) tem que dizer o que acha”, afirma. Na quinta feira 22, foi o próprio Serra quem assumiu a estridente toada: “Há evidências mais do que suficientes do que são as Farc. São sequestradores, cortam as cabeças de gente, são terroristas. E foram abrigados aqui no Brasil. A Dilma até nomeou a mulher de um deles.” Desta vez, o tom do discurso escandalizou os adversários. “Fui surpreendido com a decisão de Serra de entrar nesse debate. Pelo jeito, ele resolveu dar uma guinada para a direita ao perceber que não deu certo o estilo ‘Serrinha paz e amor’. Serra, agora, resolveu ser troglodita”, disse o líder do governo na Câmara e um dos coordenadores da campanha de Dilma, Cândido Vaccarezza (PT-SP). “Não adianta o kit baixaria do Serra: o povo quer saber é de propostas e de trajetória”, afirmou o deputado petista Ricardo Berzoini.

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ALVO
Tucanos querem irritar Dilma e cobram resposta

A tentativa do PSDB de criar uma atmosfera de satanização do PT e de sua candidata ao Planalto, Dilma Rousseff, é inteiramente planejada, ao contrário do que poderia parecer. Segundo apurou ISTOÉ, pesquisas qualitativas em poder da coordenação da campanha tucana identificaram que setores do eleitorado brasileiro ainda teriam restrições à “turma ligada ao Lula”. Na enquete realizada pela coligação PSDB-DEM abrangendo as regiões Sul, Sudeste e Nordeste (70% do eleitorado nacional), chegou-se à conclusão de que a imagem de Lula é a mais próxima do chamado “político ideal”. Diante desse quadro, a pesquisa, focando o eleitor das classes B e C, de 25 a 50 anos, tentou filtrar o que, para a população, haveria de bom e ruim no governo petista. Lula foi considerado “quase acima do bem e do mal”, conforme informou à ISTOÉ um dirigente tucano que teve acesso aos números. Porém, em seis pesquisas, quando consultados sobre temas espinhosos como radicalismo e corrupção, os eleitores invariavelmente apontavam a culpa para setores “em torno” de Lula. A turma é que não seria boa.

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A constatação animou os tucanos a investir contra o PT. Nas próximas semanas, entre os novos temas a serem abordados estão a relação dos petistas com Hugo Chávez e a defesa que fazem do terrorista Cesare Battisti. Mas, no embalo, sobrará até para o próprio Lula, como demonstrou, na quarta-feira 21, o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE): “Lula é chavista”, disse o líder tucano. “Ele pretende fazer aqui neste país uma ditadura populista, em que vai se cerceando os espaços de todo mundo e ficando só o seu espaço de poder.” Para Jereissati, a questão não tem a ver com a alta popularidade de Lula. “Chávez também é muito popular. Outros ditadores também foram muito populares. O problema é que neste governo a política é de eliminação de todo e qualquer adversário”, disse.

Um retrospecto histórico mostra, no entanto, que a tática do medo, colocada em curso pela campanha tucana, funcionou na volta do País à democracia, mas não tem dado certo num Brasil mais maduro. Levado a cabo nessas eleições, o vale-tudo eleitoral pode, mais uma vez, significar o suicídio da campanha tucana. Em 2002, por exemplo, o próprio Serra, então candidato de Fernando Henrique Cardoso ao Palácio do Planalto, lançou mão do medo como artifício: “Existe o PT real e o PT da tevê”, disse ele no horário eleitoral. “É muito importante debater as invasões ilegais e as ligações com as Farc. Isso não aparece na tevê, mas é um lado do PT”, acrescentou o tucano, que estava em baixa nas pesquisas. Por causa dos ataques, o PSDB perdeu um minuto e meio de seu tempo na tevê. E o resultado, todos sabem: Lula venceu a eleição e já está há quase oito anos no poder, registrando índices recorde de popularidade.

A retórica do medo não costuma ter a capacidade de reverter votos, segundo o consultor político e professor da USP Gaudêncio Torquato. “O terrorismo linguístico que começa a subir a montanha não chega perto das massas. Apenas reforça posições de camadas já sedimentadas”, disse ele à ISTOÉ. “Não é novidade utilizar-se da tática eleitoral do medo. O que aconteceu é que Indio cumpriu um papel que lhe deram: o de tocar o apito.” Para Torquato, Indio executou a missão atribuída a ele pela cúpula de campanha do PSDB. “Assim, preservaria Serra da acidez”, acredita. Ainda de acordo com o consultor político, esse tensionamento “já era bastante previsível” e teria outras duas finalidades: a de apresentar o candidato a vice na chapa tucana ao País e tentar enervar a candidata do PT, Dilma Rousseff. “Ao mesmo tempo que eles dão uma estocada, a campanha o apresenta, já que ninguém o conhece. Também criam a polaridade que a campanha do PSDB precisa e tentam tirar Dilma do sério”, afirma Torquato.

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PASSADO
Virgílio, do PSDB, também recebeu as Farc

“Discutimos fatos de conhecimento público. Todo mundo sabe da relação do PT com as Farc e todos sabem que as Farc têm relação com o narcotráfico”, insiste o presidente nacional do PSDB, Sérgio Guerra (PE). Anos atrás, o PSDB utilizou-se até das denúncias de que a guerrilha colombiana havia repassado US$ 5 milhões para campanhas eleitorais petistas, o que nunca foi comprovado. Mas, fora as fantasias, o que há de real entre o PT e as Farc? Para responder a essa pergunta, é preciso voltar ao ano de 1990. Com a dissolução da União Soviética, a esquerda mundial estava desamparada. Na América Latina, por sugestão de Fidel Castro, Lula acabou propondo a criação do Foro de São Paulo, a fim de aglutinar partidos, sindicatos e organizações de esquerda. As Farc integraram esse movimento, embora na ocasião ainda não se conhecessem vínculos dela com o narcotráfico. Daí para a frente, a guerrilha sempre participou das reuniões do Foro e recebeu o apoio político de seus membros. O PT chegou a cultivar relações com representantes das Farc, principalmente com o ex-padre Olivério Medina.

No entanto, desde que Lula chegou ao governo, em 2003, o PT tratou de se distanciar do movimento. Em 2005, como revelaram e-mails de dirigentes das Farc, a guerrilha foi impedida de participar da reunião que comemorou o aniversário de 15 anos do Foro de São Paulo e que contou com a presença de Lula. Em 2008, ocasião da libertação da ex-senadora colombiana Ingrid Betancourt, Lula condenou publicamente a guerrilha. “A grande chance que as Farc têm de um dia governar a Colômbia é acreditar na democracia, na militância política. É fazer o jogo democrático como fizemos aqui. Não se ganha eleição sequestrando pessoas”, disse.

Levando-se em conta a lógica controversa que vem sendo usada na campanha de Serra, o próprio líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), seria também ligado à guerrilha colombiana. Em 1999, Virgílio não apenas recebeu o então representante das Farc no Brasil, Hernán Ramirez, em seu gabinete, como foi considerado pelo grupo um dos principais interlocutores da guerrilha no País. À época, Virgílio era secretário-geral do PSDB e líder do governo FHC no Congresso. No mesmo ano, Ramirez visitou também o então governador do Rio Grande do Sul, Olívio Dutra (PT). Um dos objetivos dos encontros era abrir um escritório das Farc em Brasília. Mas a ideia não prosperou. Ela só voltou a prosperar agora no discurso atropelado do PSDB.
Colaboraram: Claudio Dantas Sequeira e Fabiana Guedes

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ISTOÉ Independente - Eleições 2010

O fim de uma era de infâmia

Luis Nassif Online:

Enviado por luisnassif, dom, 25/07/2010 - 11:59

Diogo Mainardi está saindo do país. Na sua crônica, brinca com o medo de ser preso. É medo real. Condenado a três meses de prisão pelas calúnias contra Paulo Henrique Amorim, perdeu a condição de réu primário. Há uma lista de ações contra ele. As cíveis, a Abril paga - como parte do trato. As criminais são intransferíveis. E há muitas pelo caminho.
Há meses e meses meus advogados tentam citá-lo, em vão. Foge para todo lado. A intimação foi entregue na portaria do seu prédio, mas os advogados da Abril querem impugnar, alegando que não foi entregue em mãos. Tudo isso na era da Internet, quando todo mundo sabe que ele está sendo procurado para ser intimado.
A outra ação, contra Reinaldo Azevedo, esbarra em manobras protelatórias dos advogados da Abril. A ação prosperou porque colocada no Fórum da Freguesia do Ó - região da sede da Abril. Os advogados da Abril insistem em transferi-la para a Vara de Pinheiros.
Minha ação de Direito de Resposta contra a Veja vaga há quase dois anos, devido à ação da juíza de Pinheiros. Primeiro, considerou a inicial inepta. Atrasou por mais de ano a ação. Em Segunda Instância, por unanimidade o Tribunal considerou a ação válida e devolveu para a juíza julgar. Ela se recusou, alegando que a revogação da Lei de Imprensa a impedia - o direito de resposta está inscrito na Constituição Federal.
No caso da ação Mainardi-Paulo Henrique Amorim, ela absolveu Mainardi, alegando que as ofensas não passavam de mero estilo de linguagem que não deveriam ser levadas a sério. O disparate da sentença foi revelado pelo próprio TJ-SP ao considerar que o autor merecia uma condenação de três meses de prisão.
O problema não é Mainardi. É apenas uma figura menor que, em uma ação orquestrada, ganhou visibilidade nacional para poder efetuar os ataques encomendados por Roberto Civita e José Serra.
Quando passar o fragor da batalha, ainda será contado o que foram esses anos de infâmia no jornalismo brasileiro.

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