A Folha e os spams que viram notícia

Na era do terrorismo digital nasce o jornalismo spam

Com relação à suposta quebra de sigilo de Eduardo Jorge (vice-presidente do PSDB), a Folha, mais uma vez, forneceu todo o arsenal para os ataques tucanos contra o PT e sua candiata à sucessão de Lula. Reprisa o episódio da ficha falsa. Daquela vez, depois de alardear uma ficha que rolava como spam pela internet, via e-mails de mal intencionados e desavisados (os terroristas digitais), somente após peritos atestaram a falsidade da ficha “copia e cola”, é que a Folha deixou claro que não tinha o documento e que publicou uma imagem de e-mail como se fosse original. Até aí a nova forma de terrorismo chegou a ganhar ainda mais força (leia O terrorismo digital). Com a história da quebra de sigilo de Eduardo Jorge, a estratégia se repete. O factóide é lançado pautado sobre a informação de uma suposta analista da RF que tinha os dados da declaração do tucano e acusava a campanha de Dilma. A Folha se esconde no direito de proteger a fonte. Dilma disse ao jornalista da Folha no Roda Viva que esperava a apresentação das provas. Esse ônus cabe ao acusador. Disse que só não processou a Folha como fez com Serra por respeitar a liberdade de imprensa e o direito de resguaradar a fonte. Se é que, ao contrário da ficha de Dilma que não existia, existe um documento com dados de Eduardo Jorge, o que provaria que não foi o próprio Eduardo Jorge que mandou o documento? Ou o PSDB, ou o Serra ou o Índio? Eu não posso acusar. Nem você, nem Dilma, nem Lula… Por que a Folha pode? E o Serra, o Índio, a Veja, …. podem?
O terrorismo eletrônico não é novidade. Em 2002 Regina Duarte protagonizou uma das cenas mais lamentáveis de campanha eleitoral depois de Collor explorar a imagem da filha de Lula. No vídeo abaixo, para convencer os eleitores a votarem em Serra, há 8 anos, Regina explorava mais uma vez o medo construído histórica e preconceituosamente contra Lula (veja também Do que os paulistas riem...). Não sabia mais quem era Lula, tinha medo da inflação que podia voltar, queria alguém capaz de conduzir a política externa que seria dura, queria a continuidade de FHC, mas sem citar o então Presidente. Fugiram de FHC como Serra faz novamente em 2010. O povo não quis continuidade de um país pobre e miserável, endividado após 3 crises econômicas mundiais, sem crescimento, sem investimento, sem credibilidade internacional. E a esperança venceu o medo.

Regina: que medo de Lula!

Nesse já não tão novo episódio, ao invés de dúvidas sobre Dilma, a Folha deixa cada vez mais interrogações sobre qual parâmetros vão se estabelecer no jornalismo da era digital. Era que facilita fraudes, mas que nos permite fiscalizar muito mais. Inclusive fiscalizar o próprio jornalismo, o que fazemos nos blogs, sites e redes sociais, dos humildes aos mais tradicionais blogueiros e/ou jornalistas. É essa linha de jornalismo spam da Folha, que PHA questiona no artigo abaixo onde o título já deixa a grande pergunta que paira sobre as já duvidosas máquinas golpistas da grande imprensa.

Paulo Henrique Amorim deixa a dúvida no ar

O IR do Eduardo Jorge chegou à Folha como a ficha da Dilma ?

Publicado em 23/07/2010

Terá sido o mesmo remetente ? A Folha sabe

O Conversa Afiada ficou muito preocupado com a entrevista que Everardo Maciel deu ao Globo – clique aqui para ler “Secretário da Receita de FHC acha que fazem injustiça com essa moça da Receita Federal”.
E resolveu consultar o Vasco, notável especialista, entre outros muitos assuntos, em Imposto de Renda.
- Vasco,  será que isso é um ataque a essa moça ?
- Meu filho, é um ataque à minha inteligência.
- Como assim, Vasco ?
- É muito simples: quem entregou os dados do Eduardo Jorge à Folha (*) ?
- Boa pergunta, Vasco.
- A Folha recebeu por spam, da mesma forma que recebeu a ficha da Dilma ?
- É verdade …
- Simples, meu filho. É só Folha dizer ao Eduardo Jorge quem lhe deu os dados. Se não, fica que nem o áudio do grampo.
- Dr Corrêa, cadê o áudio do grampo – é isso ?
- E outra coisa: por que o Eduardo Jorge se preocupa tanto com o sigilo fiscal dele ?
- Boa pergunta.
- O meu podem abrir.
- E você mandaria para a Folha ?
- Mandaria para a Andréa Michael.
Pano rápido

Paulo Henrique Amorim

O IR do Eduardo Jorge chegou à Folha como a ficha da Dilma ? | Conversa Afiada