domingo, 5 de setembro de 2010

Eduardo Jorge divulgou em jornal dados do IR no mesmo dia do acesso em Minas

O último capítulo da novela “os dossiês tucanos” revela mais curiosidade e coincidências. 03 de abril de 2009 é data em que, segundo o Estadão, se observou acesso aos dados de Eduardo Jorge pelo analista tributário Gilberto Souza Amarante, que trabalha para Receita Federal no interior de Minas Gerais. Cerca de 10 consultas ocorreram em menos de um minuto. O que poderia ser feito com esses dados ninguém explica. Também o jornal não se preocupa em explicar se há ilícito quando com acesso a este tipo de dados o faz. A preocupação é atribuir um crime antes mesmo de acontecer, à campanha de Dilma, um ano antes de começar. Tudo isso não é coincidência. Apenas repetição da estratégia com novos personagens, as mesmas histórias, mas sem fatos novos e que comprovem a tese que a mídia golpista tem alimentado para os fins eleitorais e pós-eleitorais de Serra. Mas a coincidência está na data 03/04/09. Naquele dia, enquanto as manchetes dos principais jornais tratavam da posição do G20 de limitar paraísos fiscais ou sobre Obama dizendo que Lula era “o cara”, o Correio Braziliense  publicava uma matéria sobre as informações do Ministério Público Federal que a partir da declaração de Imposto de Renda de Eduardo Jorge, Vice Presidente do PSDB, suspeitava de lavagem de dinheiro com venda de imóveis em 2007. Segundo o MPF o tucano realizou "movimentação atípica" “incompatível com o seu patrimônio e sua ocupação profissional” com o valor de R$ 1.470.000,00 e com um depósito de Roberto Carlos Nascimento no valor de R$ 153.000,00, para compra de um imóvel.
Ainda no artigo de 03 de abril a versão trazida por Eduardo Jorge à reportagem, dizia que o grande valor informado referia-se a R$ 1.300.000,00 da venda de um imóvel do sogro, que ele era inventariante, mais R$ 100.000,00 por depósito do banco por empréstimo consignado e depósitos da aposentadoria de funcionário do Senado, no total de R$ 170.000,00. Nas minhas contas somam-se R$ 1.570.000,00, o que pode ser erro do jornal o do entrevistado. Os R$ 153.000,00, conforme EJ, era um débito em conta feito por Roberto Carlos Nascimento, seu motorista, após a emissão de um cheque administrativo entregue ao mesmo pelo banco. O motorista  deve ser da confiança de Eduardo e do banco. O dinheiro foi entregue como empréstimo para sua cunhada, Isaura Joana Coelho, comprar um imóvel no interior do Rio de Janeiro declarados no IR dos dois. Simples, não? Ou seja, Eduardo Jorge que no passado dificultou tanto a justiça a ter acesso a seus dados, contou a um jornal todas as informações sobre sua declaração de renda de 2007, relação com membros da família, funcionários e bancos. Que sigilo ele teme ser quebrado? Deve ser algo que ele não declarou ao jornal. Será que declarou à Receita? Fiquei curioso. Creio que o suposto petista mineiro também. O que mais será que ele viu naqueles 10 acessos em um minuto?

Leia também: Série Dossiê: “vítima” 1 – Eduardo Jorge

Investigado, Eduardo Jorge rebate procurador

Correio Braziliense - 03/04/2009

Ex-ministro de FHC nega irregularidade financeira, apesar de o Coaf apontar “movimentação atípica” em suas contas bancárias

Ricardo Brito
Da equipe do Correio
Desde a última sexta-feira, o ex-ministro Eduardo Jorge tem recolhido documentos fiscais, bancários e imobiliários para um segundo round do embate que travou, durante o governo Fernando Henrique Cardoso, com o Ministério Público Federal (MPF). Um dia antes, o chefe da Procuradoria da República em Brasília, Lauro Pinto Cardoso Neto, abrira uma investigação criminal contra Eduardo Jorge. O procurador suspeita que o vice-presidente executivo do PSDB possa ter lavado dinheiro com a venda de imóveis em 2007. Mas o ex-secretário-geral da Presidência de FHC, que nega ter cometido irregularidades, ameaça processá-lo por “abuso de autoridade”.
A apuração do MPF tem como ponto de partida um informe encaminhado pelo Conselho de Controle das Ativdades Financeiras (Coaf). Segundo a portaria que instaurou a investigação, Eduardo Jorge teve uma “movimentação atípica” de R$ 1,47 milhão entre janeiro e agosto de 2007, “incompatível com o seu patrimônio e sua ocupação profissional”. O órgão do Ministério da Fazenda também detectou um “depósito de R$ 153 mil” na conta-corrente dele feito por Roberto Carlos Nascimento para a compra de um imóvel.
Para subsidiar a investigação, o Coaf remeteu ao procurador um relatório com nomes de pessoas com “movimentações financeiras questionáveis, citadas em CPIs relacionadas à grilagem de terras públicas no DF e venda de lotes em condomínios irregulares”. “Isso é uma armação”, rebate Eduardo Jorge, que já foi alvo em 2005 de uma ação movida pelo mesmo procurador.
Na segunda-feira, o ex-secretário-geral da Presidência mostrou à reportagem documentos que, segundo ele, derrubam a investigação aberta pelo MPF. Primeiro, o Imposto de Renda com patrimônio acima da suposta “movimentação atípica”, sustentando, assim, que tinha lastro bancário compatível com a movimentação financeira do período.
O tucano apresentou ainda papéis que, disse, comprovam a licitude das duas operações questionadas. O ex-ministro de FHC afirmou ter recebido um depósito de R$ 1,3 milhão em 12 de julho de 2007 referente à venda de um imóvel de seu sogro, do qual era inventariante. Oito dias depois, segundo os documentos, transferiu o dinheiro “integralmente” para a conta do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. “Eu pedi ao juiz para abrir uma conta em nome do espólio para receber o dinheiro da venda da casa, mas ele negou”, declarou.
Segundo ele, os R$ 270 mil restantes têm duas fontes de recursos: R$ 100 mil, de um depósito do banco oriundo de um empréstimo em consignação e os outros R$ 170 mil, dos depósitos da aposentadoria de funcionário do Senado.
Débito em conta
Eduardo Jorge disse que o “depósito de R$ 153 mil”, na verdade, é um débito em conta para a emissão de um cheque administrativo. Segundo o tucano, o banco entregou o cheque a Roberto Carlos Nascimento, seu motorista, que lhe repassou. O cheque, afirma, foi entregue como empréstimo para sua cunhada, Isaura Joana Coelho, comprar um imóvel no interior do Rio de Janeiro. Ele diz que o empréstimo e a aquisição do imóvel constam da declaração de IR dos dois.
“Dessa forma não existe qualquer razão para suspeita de qualquer tipo de regularidade de minha movimentação financeira e nem para comunicação à Coaf e/ou ao MPF”, critica, em nota. Eduardo Jorge disse que vai à Justiça contra o procurador, o Banco do Brasil, o Coaf e a União por terem conhecimento de seus dados, mas tê-los ignorado.
Por intermédio da assessoria, Lauro Cardoso disse que não se pronunciaria sobre o caso porque a investigação corre sob sigilo. Sem falar do caso Eduardo Jorge, o secretário-executivo do Coaf, Paulo Márcio Rodrigues, afirmou que o órgão trabalha com as informações repassadas pelos bancos. “Atuamos com muita responsabilidade, não tendo qualquer papel político”, declarou Paulo Márcio. A assessoria de imprensa do BB informou que, em respeito ao sigilo bancário do cliente, não comenta operações específicas. O banco ressaltou que, quanto à prevenção e combate à lavagem de dinheiro, cumpre todas as determinações legais sobre o tema.

http://www.fazenda.gov.br/resenhaeletronica/MostraMateria.asp?page=&cod=543137

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