sábado, 11 de setembro de 2010

As contradições entre os depoimentos dos envolvidos no crime da Receita

A matéria postada no site da Carta Capital (reproduzida na íntegra abaixo) apresenta as contradições na história da suposta quebra de sigilos, conforme apuração da Polícia Federal. Também discute a participação de Lula na Campanha de Dilma rebatendo as falações orquestradas por Serra e instrumentalizadas pelo PIG. Quanto a este ponto comentei no site:

Sérgio Antiqueira disse:
11 de setembro de 2010 às 14:37

“Serra e seus cabos eleitorais, donos de tv, rádio, revistas e jornais, especialmente nos círculos midiáticos paulistas, realizam um dos maiores projetos golpistas vistos neste país, sustentado por retro-alimentação de factóides desgastados e tentativas de golpes de Estado via judicial. Para tanto, escondem-se sob o manto da liberdade de imprensa, para promover uma campanha de injúrias, difamações e todos os crimes, inclusive eleitorais, que se pode produzir com informações falsas e/ou distorcidas. Ao mesmo tempo em que pregam, por uma falsa bandeira, a liberdade de imprensa, diante do desespero pela ineficácia da estratégia e pela constatação da perda de poder da velha mídia, tentam calar a internet, e agora querem calar Lula. Querem acusá-lo do uso do poder institucional como Presidente da República. Mas o poder que querem impedi-lo de usar não é o instituído, mas aquele constituído por Lula em sua trajetória política. Lula não fala em nome da Presidência. Fala em nome dos 80% de aprovação. Fala em nome de milhões de pessoas que formaram uma nova classe média tornada consumidora. Fala em nome do reconhecimento internacional. Fala em nome de um país em que a ficha caiu. Não precisamos abaixar a cabeça nem para os de fora, nem para os de dentro. Se o sociólogo não utilizou esse poder, foi porque nunca o teve. Seu fim político melancólico agoniza há 3 campanhas nas quais seus candidatos o escondem. Não vão calar a internet, não vão calar Lula. O Brasil é outro país, onde o golpe perdeu espaço. Nesse país não vamos calar os Barões da velha mídia, mas seus dias de reinado impune no controle das comunicações, inclusive com uso de concessão pública, estão contados. Podem espernear. Reflexo de um moribundo que agoniza.”

CartaCapital:

As contradições entre os depoimentos dos envolvidos no crime da Receita

Celso Marcondes 10 de setembro de 2010 às 15:11h

Novo depoimento opõe as versões de supostos contratados e contratantes do pedido de quebra de sigilo de Verônica Serra

Depôs ontem na Polícia Civil o cidadão Ademir Estevam Cabral. Ele foi denunciado pelo contador Antônio Carlos Atella Ferreira como uma das pessoas que solicitou que se dirigesse à agência da Receita em Mauá para obter, com uma procuração falsa, os dados do Imposto de Renda de Veronica Serra.

Cabral deu depoimento completamente contraditório com o de Atella, ao dizer que prestava serviços para o contador. Apresentado por alguns órgaõs de imprensa como office boy, por outros como auxiliar de contabilidade e por outros como contador, ele disse ao Jornal Nacional da Globo que ficou uma semana desaparecido porque “era caipira”, com medo dos holofotes.

Negou veementemente que teria encomendado qualquer serviço para Atella. Este, recorde-se, afirmou que Cabral fazia parte de um grupo de “cinco ou seis pessoas” que lhe haviam passado “um lote com cerca de 18 procurações” diferentes para acessar dados do Imposto de Renda de contribuintes. Os nomes dos outros supostos solicitantes e dos outros 17 da lista de Atella, jamais vieram a público.

Cabral negou também conhecer qualquer funcionário da Receita em Mauá e se dispôs a participar de acareação com Atella, que deverá depôr novamente nesta sexta-feira 10. Aguardemos.

Cabral é filiado ao Partido Verde, mas afirmou que sua filiação, realizada na cidade de Franciso Morato, na Grande São Paulo, tinha sido feita por amigos. Ao Estado de S.Paulo declarou : “Minha cidade é pequena, tenho amigos e eles me filiaram ao PV. Nunca fui candidato a nada. Fui em festa, comício de rua. Só isso.” O PV já havia informado que era esta a situação do filiado.

É bom relembrar: entre os envolvidos no escândalo, além de Cabral, também têm ou tiveram filiação partidária o contador Atella e a servidora Ana Maria Caroto Cano. Esta ao PMDB de São Paulo. É dela a máquina de onde foram acessados os dados fiscais de cerca de 140 pessoas em Mauá. Ela é colega de Adeildda dos Santos e ambas respondem à chefia de Antônia Aparecida Silva, essas duas não filiadas a partido algum. Tambérm não sabemos os nomes destas 140 pessoas.

Outro nome que já surgiu na história, e que também é filiado ao PT, foi o de Gilberto Souza Amarante. Na agência da Receita em Formiga, MG, ele confirmou que acessou os dados cadastrais – não os fiscais – de Eduardo Jorge Caldas Pereira, um dos seis vice-presidentes do PSDB ( e não “o” vice-presidente) . À imprensa, Amarante informou que teria acessado os dados “por engano”, pois buscava um homônimo.

Lula interfere demais na campanha?

A destacar nas edições do dia dos dois grandes jornais paulistas, a Folha e o Estadão, que pela primeira vez na semana o escandâlo da Receita não ocupa o espaço principal e a manchete de capa. Já O GLOBO, não perdoou: como fruto principal da “sabatina” que fizeram ontem com Marina, destacou em manchete: “Marina: Lula defende Dilma mas esquece os cidadãos”. Lendo a entrevista fica claro que não foi esta a questão central abordada pela candidata.

O Estadão, pelo segundo dia seguido, publica entrevista, com grande destaque, de um sociólogo a cobrar o papel que o presidente Lula tem desempenhado na campanha. Desta vez, o ungido foi seu colunista Demétrio Magnoli, que afirmou sem papas na língua: “Lula delinquiu institucionalmente”. Ontem tinha sido a vez do professor da USP José Àlvaro Moisés, que cravou: “Lula passou dos limites”.

O fato é que a entrada em cena de Lula no programa de TV de Dilma Rousseff no horário do TRE desta terça-feira causou comoção nas hostes tucanas e de seus aliados na imprensa. Ao defender a candidata das acusações de que estaria envolvida no escândalo da Receita, voltou com muita força a tese segundo a qual o presidente interfere demais na campanha, mesmo quando o faz sem infrigir a lei e na categoria de militante do PT que é.

A enquete do site de CartaCapital, aqui ao lado pergunta a sua opinião sobre a questão.

Celso Marcondes

Celso Marcondes é jornalista, editor do site e diretor de Planejamento de CartaCapital. celso@cartacapital.com.br

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