terça-feira, 2 de novembro de 2010

Elite redesenha o Brasil. SP é Sul. E Rio e MG caem para o Nordeste

Conversa Afiada
Publicado em 02/11/2010

No restaurante Fasano, esses são os eleitores da Dilma (pobre Portinari !)

A Secretaria de Educação – que paga o salário PSDB, o Pior Salário Do Brasil – do José Serra produziu um livro de Geografia com dois Paraguais.
Agora, a Geografia do PiG (*), me lembrou o Vasco, redesenhou as regiões do Brasil para justificar o racismo.
É mais ou menos assim a Nova Geografia Política do PiG (*).
Quem vota na Dilma é pobre, nordestino, semi-analfabeto.
Os “migrantes” do Serra, aqueles com quem, na Móoca, ele falava “normalmente”.
É o esmoler da Bolsa Vagabundagem, diria a Monica Serra, aquela que, segundo alunas, fez aborto.
Como a Dilma ganhou, além de massacrar no Norte e no Nordeste,  ganhou também no Rio e em Minas.
Teve 46% dos votos de São Paulo e 50% dos votos do Rio Grande do Sul, o PiG (*) e a elite branca (e separatista, no caso de São Paulo) se dedicam agora a criar uma Nova Geografia, diz o meu amigo Vasco.
São Paulo foi deslocado para a Região Sul Maravilha – de brancos, olhos azuis e fala levemente germânica ou italiana, línguas que se empregam nos Açores, como se sabe.
Lá, como demonstrou Fernando Henrique Cardoso, não há negro ( o Paulo Paim nasceu no Kenya, na mesma maternidade do Obama).
(Clique aqui para ler o artigo arrasador que o Mino escreveu sobre o FHC)
Na Nova Geografia Política da Elite de São Paulo, o Rio e Minas foram miseravelmente rebaixados à segunda divisão: a Região Nordeste !
É assim que fica a divisão do país em regiões – e em preconceito racial.
É assim que frequentadores dividem o Brasil no restaurante Fasano.
Trata-se, na verdade, de uma tentativa de desqualificar a vitória da Dilma por goleada, é sempre bom lembrar: 56% a 44%.
Mas, quem tratou disso com muito mais seriedade do que o Vasco, um bonachão, como se sabe, foi o Azenha:

O preconceito que se esconde por trás do mapa vermelho e azul
por Luiz Carlos Azenha
Nem de longe é uma tentativa majoritária. E a imensa maioria dos analistas tem dito isso: o mapa que divide o Brasil entre azul e vermelho não conta toda a história da escolha de Dilma Rousseff.
Mas o mapinha simplório e simplista serve aos que pretendem ligar Dilma Rousseff ao suposto “atraso” das regiões Norte e Nordeste. O preconceito sempre dá um jeito de reaparecer, sob outros disfarces.
Dilma teve 58% dos votos de Minas Gerais, mais de 60% dos votos do Rio de Janeiro, quase 50% dos votos no Rio Grande do Sul e quase 46% dos votos em São Paulo.
Se todos os votos dos dois candidatos no Nordeste fossem descartados, ainda assim Dilma venceria a eleição, mas dizer isso assim pode soar — ao gosto dos que semeiam preconceitos — como desqualificação do voto do nordestino.
Individualmente, os governadores Eduardo Campos, Jacques Vagner, Sergio Cabral, Cid Gomes, a família Sarney e o vice-presidente José Alencar foram os grandes cabos eleitorais de Dilma.
Quanto ao preconceito, foi o alimento de uma das candidaturas e não há de desaparecer assim, por encanto. Neste momento, serve às tentativas de “deslegitimar” o resultado das eleições.

Em tempo: O dia em que o preconceito tomou conta do Twitter:

Caros e caras,
Bem-informados que são, vocês devem ter visto essa notícia. Porém, o Limpinho a reproduziu e está passando pra frente.
http://limpinhocheiroso.blogspot.com/2010/11/31102010-o-dia-em-que-o-preconceito.html
É um absurdo… O Serróquio conseguiu catalisar todo tipo de preconceito e ódio.
Viva o Nordeste! Viva o povo brasileiro!

Em tempo 2: amiga navegante baiana me conta que uma cozinheira de estrelado restaurante de São Paulo chegou para a gerente (uma mulher, também) e disse que tinha acabado de saber que estava grávida, inesperadamente. A gerente, muito solícita, logo ofereceu: não, não se preocupe. A gente te manda para uma clínica, você faz o aborto rapidinho e a gente paga. E viva o Serra e a D. Monica !

(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.

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